terça-feira, 28 de agosto de 2018

Após arrastão em US de Curitiba, sindicato cobra Prefeitura: “Vão esperar uma tragédia?”

 
Último crime aconteceu contra US Moradias Belém (Reprodução Google Street View)

Após mais um arrastão em unidades de saúde de Curitiba, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc) cobrou, nesta segunda-feira (24), uma ação mais efetiva por parte da prefeitura para garantir a segurança de funcionários e pacientes. A última ação criminosa aconteceu na última sexta-feira (24), na unidade Moradias Belém, no bairro Boqueirão. Na ocasião, enfermeiras foram feitas reféns pelos assaltantes.
Segundo a coordenação-geral do Sismuc, Irene Rodrigues dos Santos, a maioria dos casos de violência acontece no começo ou no fim do dia, reflexo da redução de funcionários nos locais. “A segurança é uma pauta recorrente nossa com a prefeitura, especialmente nesses momentos em que há falta de funcionários. São momentos em que um funcionário faz as funções de três ou quatro e a recepção fica sem ninguém, deixando a unidade totalmente desprotegida”, afirmou.
Também localizada no bairro Boqueirão, a unidade Visitação foi assaltada na quinta-feira (23). Em ambas as situações, os assaltantes renderam funcionárias e fugiram com vários pertences. Segundo o Sismuc, foram outras sete ocorrências nos últimos dois meses.
Irene Rodrigues lembra que 82% do quadro de funcionários da Saúde é formado por mulheres e diz que o apelo é para evitar que mortes aconteçam. “A prefeitura tem total responsabilidade pela segurança e sentimos falta de um programa da Guarda Municipal que seja mais próximo das unidades de saúde. A administração municipal optou por um contrato terceirizado, mas que só responde por quando a unidade está fechada. Nossa preocupação atualmente é com vidas e precisamos ter uma presença mais frequente da Guarda”, concluiu.
A Secretaria Municipal da Saúde rebate a declaração de redução no número de funcionários no fim do dia. De acordo com a pasta, uma portaria de maio deste ano determinou a distribuição de funcionários durante todo o período de funcionamento da unidade de saúde.

Reforço na Segurança

À Banda B, o superintendente da Defesa Social de Curitiba, Carlos Celso Junior, disse que a prioridade absoluta da Guarda é resguardar vidas e que, para isso, a segurança nas unidades de saúde está sendo reforçada. “Vamos intensificar o honorário das 7h às 10h e, posteriormente, das 16h às 19h, que é horário com menos funcionários, até para que se sintam mais seguros”, explicou.
Celso Junior também confirmou que a Guarda está realizando um trabalho de inteligência para identificar os responsáveis pelos crimes. “A princípio não são usuários da unidade. Provavelmente é um oportunista que vai em busca de uma pequena quantia de dinheiro para poder fazer o uso de drogas”, concluiu.
A Polícia Civil também investiga os crimes.

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