segunda-feira, 20 de junho de 2016

Pecuaristas do PR investem no gado com a carne mais nobre do mundo

De origem japonesa, a raça Wagyu tem um manejo simples.

O quilo da carne pode custar até R$ 400 no mercado.

Do G1 PR


A raça de gado bovina Wagyu começou a ser criada no Japão há 400 anos. No início, era usada apenas para o trabalho no campo, para tração animal. Com o tempo, descobriram a nobreza que a carne deste animal tem. Agora, criadores do mundo todo descobriram o boi japonês.
No Paraná, alguns pecuaristas são pioneiros na criação da raça Wagyu. João Noma importou os primeiros embriões e hoje tem mais de 300 cabeças. "Quero investir no melhoramento genético deles", diz o pecuarista e empresário. 
No Brasil, o plantel ainda é pequeno. São cinco mil cabeças de animais puros. A criadora da Associação Brasileira de Wagyu Evelyn Metidieri diz que o mercado para carnes nobres está crescendo. "Os criadores brasileiros não estão conseguindo abastecer a demanda. É uma carne voltada para gastronomia, e quem gosta de comer bem paga pra consumir essa iguaria", garante.
É justamente o valor da carne do Wagyu que chama a atenção. Para o consumidor, o quilo do contra-filé, que é a parte mais valorizada, pode chegar a R$ 400 Isso porque a carne tem características únicas no sabor e na composição, especialmente da gordura. "Essa raça tem característica genética de depositar gordura entre as fibras da carne, o que a chama de marmoreio. A grande diferença é a maciez desta carne. Ela é tão cara pela oferta reduzida e pela característica especial da sua sua composição", explica o zootecnista Juceval Pereira de Sá.
O manejo da raça é simples. É um animal dócil, que se adaptou ao clima e ao pasto do Paraná. O rebanho é mantido solto no pasto por 18 meses. Depois vai para o sistema de confinamento onde fica por um ano. Neste período os animais são tratados com feno e ração balanceada. Com 750 quilos estão prontos para o abate. "Muitos comparam o abate do Wagyu com 34 a 36 meses, tardio em relação a outras raças. Mas com valor agregado que se tem compensa esse tempo maior", diz o gestor agropecuário Paulo Farias.

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