Motoristas iniciam na segunda-feira uma greve geral em todo o país. Eles protestam contra o preço do frete e do diesel
20/05/2018 às
09:17
Atualizado em 20/05/2018 às
10:42
A Advocacia Geral da União (AGU) e a Superinntendência da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná se anteciparam à greve geral
dos caminhoneiros, marcada para acontecer a partir de segunda-feira
(21/05), e cconseguiram na tarde de ontem (19/05) uma liminar que proíbe
eventuai bloqueios em rodovias federais do estado.
A decisão é do
juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da Seção Judiciária do Paraná,
que em sua liminar ainda determinou uma multa de R$ 10 mil por hora de
interdição de uma rodovia. Por outro lado, admitiu a possibilidade de
manifestações em meia pista nos trechos de pista dupla, mas desde que
não haja o bloqueio total das rodovias federais.
São réus no
processo a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), o
Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens no Estado
do Paraná (Sindicam) e o Sindicato dos Transportadores Autônomos de
Cargas de São José dos Pinhais (PR), entre outros.
A partir de
amanhã, caminhoneiros de todo o Brasil realizam uma greve geral em todo o
país. Eles tentam chamar a atenção para a situação da categoria,
reclamando do preço do frete e do combustível diesel. Com a greve,
cobram do governo a redução a zero da carga tributária sobre o diesel.
Uma
paralisação no transporte poderia afetar, entre outros setores, a
indústria de soja, cuja colheita no Brasil terminou recentemente. Isso
em um momento em que o mercado internacional conta com o produto do
país, o maior exportador global. O movimento promete ser mais forte
justamente no Centro-Oeste e no Sul, as principais regiões brasileiras
produtoras de grãos.
A entidade que organiza o protesto reúne
cerca de 600 mil caminhoneiros autônomos de um total de cerca de 1
milhão de motoristas no Brasil e cobra o governo desde outubro do ano
passado a queda nos custos do diesel.
Filas e risco de acidentes
Em ofício
remetido à AGU na última sexta-feira (18), a Polícia Rodoviária Federal
alerta que a interrupção do fluxo de veículos, ainda que parcial,
representa uma violação ao direito de locomoção.
“Milhares de
pessoas, de um momento para outro, ficam “presas” em engarrafamentos
quilométricos, ficando várias horas, sob condições climáticas diversas
(forte sol, chuva), desprovidas de condições de subsistência básicas,
tais como água, alimentação, local para necessidades fisiológicas,
medicamentos, dentre outros”, diz o documento, assinado pelo Núcleo de
Apoio Técnico da PRF no Paraná. “A ocupação em tela coloca em risco a
integridade física e a vida dos usuários da rodovia, que, cabe destacar,
trata-se de via de trânsito intenso, altas velocidades, veículos
pesados, cargas perigosas, em que o risco de acidentes graves de
trânsito fica sobremaneira potencializado.”
No documento, a PRF
observa que não pretende impedir protestos ou manifestações, mas
proteger a segurança das pessoas e garantir a fluidez do tráfego.
bem paraná
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