quarta-feira, 23 de maio de 2018

Maia diz que governo vai zerar a Cide sobre combustível; sindicato afirma que atos continuam

 
Foto: Agência Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou na tarde desta terça-feira, 22, pelo Twitter, que o governo vai zerar a Cide sobre a gasolina e o diesel para ajudar a reduzir o preço dos combustíveis no País. Ele também anunciou acordo para destinar 100% dos recursos do projeto da reoneração da folha de pagamento para reduzir o impacto do aumento do diesel.
Maia afirmou que as duas medidas foram acertadas por ele e pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. “Eu e o presidente do Senado combinamos com o governo federal: os recursos da reoneração serão todos utilizados para reduzir o impacto do aumento do diesel. E também acertamos com o ministro da Fazenda que a Cide será zerada com o mesmo objetivo: reduzir o preço dos combustíveis”, escreveu no Twitter.
A postagem foi acompanhada de vídeo no qual o presidente da Câmara aparece ao lado de Eunício e dos líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE). “Desde domingo estamos trabalhando nisso, buscando uma solução para que a população brasileira possa sentir do Congresso Nacional a verdadeira palavra em defesa dos interesses dos consumidores, sem prejudicar obviamente o Brasil”, disse o presidente do Senado.
O ministro da Fazenda ainda não se pronunciou sobre o assunto. Desde o início da manhã, Guardia tem tido uma série de reuniões com integrantes do Executivo e do Legislativo para debater propostas para ajudar a reduzir o preço dos combustíveis.
Em entrevista, ele apenas rechaçou que o governo tenha solicitado mudanças na política de preços da Petrobras e disse que não havia ainda decisão tomada sobre as medidas para reduzir os preços dos combustíveis na bomba.
A diminuição da alíquota da Cide depende apenas de um decreto do presidente Michel Temer para que passe a valer. A medida, porém, só passará a valer três meses após a assinatura do decreto.

Eu e o presidente do Senado combinamos com o Governo Federal: os recursos da reoneração serão todos utilizados para reduzir o impacto do aumento do diesel. E também acertamos com o ministro da Fazenda que a CIDE será zerada com o mesmo objetivo: reduzir o preço dos combustíveis.

Atos
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) defendeu em nota “firmeza” nos protestos em todas as regiões do País até que haja “um posicionamento efetivo” do governo em relação aos tributos sobre os combustíveis. “Apesar de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ter manifestado interesse em reduzir a alíquota da Cide, a categoria manterá a agenda de protestos pelo País. É imprescindível uma política de isenção de impostos incidentes no óleo diesel e controle dos aumentos dos combustível”, disse a associação.
O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, divulgou vídeo no site da associação pedindo aos caminhoneiros que deem continuidade às manifestações. “Hoje a Petrobras resolveu diminuir o preço do combustível, entretanto isso não resolve o nosso problema. Queremos uma política de redução de impostos e controle dos aumentos dos combustíveis”, afirmou Lopes. “Esperamos uma resposta do governo. Até lá, continuaremos a manifestar nossa insatisfação.” A associação ressaltou na mesma nota que os tributos são responsáveis por 27% do preço final do produto, sendo 1% Cide, 12% PIS/Cofins e 14% ICMS.

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