Recentemente, um caso envolvendo
estupro de mulheres chocou a cidade de Curitiba e o estado do Paraná, o
policial militar Peterson da Mota Cordeiro, foi preso suspeito de
abusar de, pelo menos, três mulheres, na cidade e outras 14 já
apresentaram denúncia na Delegacia da Mulher, afirmando que são vítimas
dele. Além disso, ele é o principal suspeito da morte da jovem Renata
Larissa, de 22 anos, desaparecida desde o dia 27 de maio e que o corpo
foi encontrado na manhã do dia 01 de agosto.
Mas como denunciar? Como chegar até uma autoridade e expor tudo o que
passou e acreditar que isso surtirá o efeito necessário para nunca mais
acontecer?
Uma das vítimas de Peterson conversou com o portal Massa News e, além
de contar detalhes de tudo o que passou, a jovem, de 23 anos, procurou a
Delegacia da Mulher, local preparado para receber vítimas de violência
doméstica, sexual e qualquer outro tipo de situação que envolva riscos
para as mulheres, só que o atendimento, mesmo sendo feito por uma mulher
(escrivã), não chegou nem perto de ser o que ela precisava.
Ao chegar na delegacia, procurou pela autoridade que pudesse receber a
denúncia de que ela também era vítima do policial militar, mas foi
‘orientada’ pela escrivã de que não poderia ser feito nenhum boletim de
ocorrência, pois o fato teria acontecido em 2015, só que, além disso,
após a reportagem da Rede Massa questionar a situação, a jovem foi
chamada novamente e ficou com mais medo do que já tinha.
“Quando eu voltei, a escrivã me orientou a não registrar o boletim de
ocorrência, pois, ele sendo policial militar, poderia saber que eu
tinha feito a denúncia pelo número do boletim”, relatou a jovem que
finalizou. “Eu saí de lá sem saber o que fazer e com medo”.
O medo é um dos principais motivos para que denúncias, como a que a
vítima de Peterson tentou fazer, não sejam levadas até as autoridades
policiais e isso dificulta o trabalho para que homens violentos,
estupradores e até homicidas, sejam colocados atrás das grades.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apresentado
nesta quinta-feira (9) durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
o Paraná ocupa a terceira posição no ranking de estados com o maior
número de estupros do país. Segundo o levantamento, em 2017, 4.952
pessoas foram abusadas sexualmente, número 9,5% maior do que o
apresentado no ano anterior.
De acordo com a pesquisa, o estado fica atrás apenas de São Paulo,
que registro 11.089 casos de estupros, e Minas Gerais, com 5.199.
Além disso, foram registrados ainda 427 tentativas de estupro no Paraná.
Homicídio de Mulheres e Feminicídios
Considerando o cenário nacional, foram registrados, em 2017, 4.539
casos de homicídios contra mulheres e 1.133 casos apontados como
feminicídios.
No Paraná, os números também assustam, com 180 mulheres assassinadas e 21 casos de feminicídio.
Violência Doméstica
Em 2017, foram registrados ainda 221.238 casos de violência doméstica
no Brasil. Além disso, no Paraná, 12.854 casos foram apenas contra
mulheres, ou seja, o equivalente a mais de 35 mulheres violentadas todos
os dias, somente no estado.
Em um recente levantamento do Conselho Nacional de Justiça, o Paraná
registrou, em 2017, um caso de violência contra a mulher a cada 16
minutos.
Massa News
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