Defesa do ex-presidente prestou esclarecimentos por escrito ao MP. 
Lula deporia nesta quinta-feira em investigação sobre triplex no Guarujá.
O
 ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama, Marisa 
Letícia (Foto: Sérgio Castro/Estadão Conteúdo; Fabio Rodrigues 
Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo)
 O Instituto Lula divulgou, na tarde desta segunda-feira (29), que o 
ex-presidente Lula e a mulher dele, Dona Marisa Letícia, não irão 
comparecer ao depoimento marcado para próxima quinta-feira (3), em São 
Paulo, sobre o tríplex no Guarujá. O aviso foi feito pelos advogados de 
defesa do casal ao Ministério Público nesta segunda. Segundo o 
Instituto, "as explicações escritas a respeito da investigação sobre o 
apartamento triplex, no Guarujá foram protocoladas junto ao Ministério 
Público".
 O Ministério Público de São Paulo investiga a transferência de prédios 
inacabados da Bancoop – cooperativa do sindicato dos bancários que se 
tornou insolvente – para outras empresas, entre elas a OAS, envolvida no
 esquema de corrupção da Petrobras.
 O MP-SP apura a suspeita de que o ex-presidente Lula tenha ocultado ser
 o dono do triplex 164-A, de 297 m², que fica no Condomínio Solaris, na 
praia de Astúrias.
 Em nota, o Instituto Lula afirma que o ex-presidente e sua mulher 
"prestarão todos os esclarecimentos por escrito e não em audiência, uma 
vez que, houve infração da norma do promotor natural, prejulgamento ou 
antecipação de juízo de valor e faculdade e não obrigação."
 O texto ainda fala que o ex-presidente e sua esposa manifestaram desejo
 de prestar depoimento à “autoridade imparcial e dotada de atribuição, 
que respeite os princípios do promotor natural."
 Os advogados negam qualquer irregularidade e dizem que Lula não é 
proprietário do imóvel. Na petição, a defesa do ex-presidente diz 
entender que o promotor Cássio Conserino não é o promotor natural do 
caso e que ele se mostra parcial na condução do procedimento 
investigatório criminal.
 O Ministério Público não confirma que a presença do ex-presidente e da 
ex-primeira-dama seria obrigatória. Os advogados de Lula dizem terem 
recebidos na sexta-feira (26) a intimação para o depoimento com a 
advertância de que “em caso de não comparecimento importará na tomada de
 medidas legais cabíveis, inclusive condução coercitiva pela Polícia 
Civil e Militar nos termos das normas acima referidas”.
 Os advogados de Lula alegam ainda "conflito de atribuições". Além de 
haver duas investigações relacionadas aos mesmos fatos, eles afirmam que
 o caso não poderia ser conduzido pelo MP Federal, já que as 
propriedades estão localizadas no estado de São Paulo e não poderiam ser
 remetidas para o Paraná, onde se concentra a Lava Jato.
 "Ambos os procedimentos investigatórios foram instaurados para apurar 
os mesmos fatos […] sendo certo, ainda, que tanto o Parquet Federal como
 Parquet Estadual têm ciência dessa duplicidade – estando eles, aliás, 
como já exposto, fazendo compartilhamento de dados e informações”.
 Lula e Marisa já tiveram um depoimento suspenso no dia 16 por um 
integrante do Conselho Nacional do Ministério Público. Eles tinham sido 
intimados para depor no dia 17, mas a liminar cancelou a presença deles 
no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Apesar do 
cancelamento, manifestantes contra e a favor do governo federal foram à porta do Fórum protestar e causaram tumulto.
 
 
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