Além do casal, funcionária da Odebrecht também teve prisão prorrogada.
Segundo Moro, o termo 'Feira' se referia a Mônica, e não Santana.
Do G1 PR
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato
na 1ª instância, prorrogou nesta sexta-feira (26) a prisão temporária
do marqueteiro do PT João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, por
mais cinco dias.
Presos na terça, na 23ª etapa da operação, o prazo da prisão deles venceria neste sábado. O casal é suspeito de receber US$ 7,5 milhões desviado da Petrobras em uma conta não declarada no exterior.
Moro também prorrogou a prisão temporária de Maria Lúcia Tavares,
funcionária da Odebrecht, que venceria nesta sexta. O juiz acolheu
pedido da Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) para
prorrogar as prisões dos três.
Segundo Moro, provas indicam que o relacionamento de João Santana e
Mônica com a Odebrecht, empresa acusada na Lava Jato, é maior do que o
admitido pelos suspeitos e que eles teriam recebido da empresa quantias
"bem mais expressivas do que aquelas já rastreadas" na conta na Suíça.
"Nesse contexto, entendo que o pedido da autoridade policial, com
manifestação favorável do MPF, de prorrogação da prisão temporária [...]
é justificável", afirma.
Em sua decisão, Moro diz que a prorrogação das prisões permitirá à investigação:
– examinar melhor os documentos apreendidos na 23ª fase da Lava Jato;
– rastrear possíveis pagamentos efetuados no Brasil;
– pedir a Santana e Mônica que apresentem documentação e extratos da conta na Suíça, para melhor analisar os fatos e o álibi apresentado pelo casal;
– evitar que haja fraudes para justificar as transações financeiras já identificadas pela polícia;
– ouvir novamente João Santana, Mônica e Maria Lúcia após o depoimento de Zwi Skornicki, apontado como operador do esquema e que ainda não prestou depoimento à PF.
– examinar melhor os documentos apreendidos na 23ª fase da Lava Jato;
– rastrear possíveis pagamentos efetuados no Brasil;
– pedir a Santana e Mônica que apresentem documentação e extratos da conta na Suíça, para melhor analisar os fatos e o álibi apresentado pelo casal;
– evitar que haja fraudes para justificar as transações financeiras já identificadas pela polícia;
– ouvir novamente João Santana, Mônica e Maria Lúcia após o depoimento de Zwi Skornicki, apontado como operador do esquema e que ainda não prestou depoimento à PF.
Mônica Moura e João Santana são presos ao chegarem em São Paulo na terça (23) (Foto: STR/AFP)
'Feira' seria Mônica
O juiz diz ainda que o termo "Feira", encontrado em planilhas de pagamentos suspeitos, seria o termo utilizado pela Odebrecht "para reportar-se, não propriamente a João Santana, mas a Mônica Moura, já que ela seria a responsável pela parte administrativa e financeira das atividades do casal".
O juiz diz ainda que o termo "Feira", encontrado em planilhas de pagamentos suspeitos, seria o termo utilizado pela Odebrecht "para reportar-se, não propriamente a João Santana, mas a Mônica Moura, já que ela seria a responsável pela parte administrativa e financeira das atividades do casal".
"Com efeito, em agenda de Mária Lúcia consta a indicação expressa de
Mônica Moura como sendo 'Feira', ao lado de diversos telefones dela,
referência ainda a um filho do casal e ao próprio João Santana", diz
Moro.
No pedido para prorrogar as prisões, o MPF afirmou que o casal mentiu ao negar que o termo era um apelido usado para se referir a eles nas planilhas de pagamento da Odebrecht.
Os investigadores suspeitam que o dinheiro recebido por João Santana foi pagamento por serviços eleitorais prestados ao PT. Maria Lúcia seria uma das responsáveis por repassar dinheiro da Odebrecht.
João Santana trabalhou para vários candidatos do PT e foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
Pagamentos no Brasil
Moro cita uma planilha aprendida no endereço eletrônico de executivo da Odebrecht preso na Suíça com diversas anotações que "apontam para provável pagamento de propinas ou de financiamento ilegal de campanhas, no Brasil e no exterior, pela Odebrecht".
Moro cita uma planilha aprendida no endereço eletrônico de executivo da Odebrecht preso na Suíça com diversas anotações que "apontam para provável pagamento de propinas ou de financiamento ilegal de campanhas, no Brasil e no exterior, pela Odebrecht".
Seriam "18.000.000" para eleições municipais de 2008 no Brasil. Segundo
Moro, Santana confirmou ter atuado em duas campanhas nesse período, de
Marta Suplicy e Gleisi Hoffmann. Outro pagamento de "5.300.000 para
'evento El Salvador via Feira'" seria referência à campanha presidencial
de Maurício Funes em El Salvador.
Ainda segundo Moro, anotações em uma agenda apreendida com a secretária
da Odebrecht Maria Lúcia Guimarães Tavares, que seria a responsável por
pagamentos secretos da empreiteira, mostram “pagamentos vultosos em
reais para Feira”, numa “negociação” cujo total somaria R$ 24,2 milhões.
Segundo o juiz, a prova em princípio contradiz o álibi do casal.
Outras prisões
Moro decidiu que podem deixar a prisão Vinícius Veiga Borin, suspeito de operar contas secretas da Odebrecht no exterior, e Benedicto Barbosa, diretor-presidente da construtora Norberto Odebrecht – também detidos na 23ª fase da Lava Jato.
Moro decidiu que podem deixar a prisão Vinícius Veiga Borin, suspeito de operar contas secretas da Odebrecht no exterior, e Benedicto Barbosa, diretor-presidente da construtora Norberto Odebrecht – também detidos na 23ª fase da Lava Jato.
Segundo decisão judicial, Borin teve participação "aparentemente
acessória". Quanto a Benedicto Barbosa, Moro avaliou que não há
necessidade de prorrogar a prisão porque os principais executivos da
Odebrecht envolvidos operações financeiras secretas já estão detidos.
Borin e Barbosa ficam proibidos de deixar o país ou mudar de endereço
sem autorização prévia da Justiça e terão que entregar os passaportes em
48 horas.
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