Presidente acrescentou que gostaria de ir à celebração, mas a distância do Chile a impede
"Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros", afirmou Dilma Rousseff
Elza Fiuza/24.02.2016/Agência Brasil
Após afirmar que não irá à festa de 36 anos do PT na noite deste sábado
(27), a presidente Dilma Rousseff salientou que não governa só para o
partido, mas para toda a população.
Dilma falou a jornalistas em seu último dia de visita oficial ao Chile
antes de um almoço com a presidente chilena Michelle Bachelet.
"Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros", afirmou. Ao perceber o impacto da frase entre os que a ouviam, ela fez uma pausa e complementou: "Eu não governo só para o PT, só para o PSD, só para o PDT, ou só para o PTB, ou só para o PMDB".
"Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros", afirmou. Ao perceber o impacto da frase entre os que a ouviam, ela fez uma pausa e complementou: "Eu não governo só para o PT, só para o PSD, só para o PDT, ou só para o PTB, ou só para o PMDB".
Ela disse não acreditar que as relações entre o governo e o PT devam se
caracterizar por um posicionamento de adesão sem avaliação crítica. "Um
partido é um partido, um governo é um governo."
A presidente acrescentou que gostaria de ir à celebração de aniversário
do partido no Rio, mas a distância entre os dois países é muito longa e
são quatro horas de viagem até Brasília. "O PT foi avisado que eu não
compareceria", afirmou. A visita de Dilma a Bachelet foi organizada às
pressas e teve uma agenda mais elástica que a usual. Na sexta-feira
(26), o PT fez duras críticas a seu plano de ajuste fiscal.
Dilma disse esperar que todos os partidos "de sua base" ajudem a
promover esse ajuste e a levar adiante a reforma da Previdência. "Eu
espero que o PT, o PMDB, o PSD, o PP, o PRB, o PC do B, enfim, toda a
minha base, espero que todos contribuam."
"Todos teremos que trabalhar um pouco a mais. Acho que é isso que
assusta", disse, sobre o plano de mudar o regime de previdência.
Previdência
A presidente Dilma Rousseff defendeu neste sábado, 27, em Santiago, uma
reforma previdenciária com período de transição longo, que permita à
população se acostumar à ampliação do tempo de trabalho antes da
aposentadoria. "É fundamental que trabalhemos um pouco mais. Mas não
agora, não amanhã, não depois de amanhã. Eu acho que é o que pessoas
temem", afirmou Dilma, antes de almoçar com a presidente chilena
Michelle Bachelet.
Ela insistiu na necessidade de reformas fiscal e previdenciária, depois
de ser perguntada sobre a forma de o país recuperar o grau de
investimento, retirado por três agências risco - a última delas foi a
Moody´s, no dia 11. A presidente citou primeiro a necessidade de uma
estabilização fiscal. "Isso não é um fim em si. Você faz isso porque é
essencial para que se crie um ambiente favorável ao investimento. Um
ambiente extremamente favorável, que esteja com inflação controlada e
que permita que haja um horizonte de expectativas positivas."
A presidente convocou o país a se unir, criticou os pessimistas que
"veem o copo meio vazio" e citou a Contribuição Sobre Movimentação
Financeira (CPMF) e a reforma previdenciária como medidas que
empresários e sociedade devem aceitar.
Dilma afirmou que a mudança nas aposentadorias é necessária para que
crianças e jovens não entrem precocemente no mercado de trabalho.
"Precisamos reconhecer uma realidade, muito boa, de que a expectativa de
vida aumentou. Aqueles que trabalham vão ter de sustentar
progressivamente uma parte maior da população: os que se aposentam, as
crianças e os jovens. Não queremos que esses jovens trabalhem. Serão
eles que vão garantir o aumento da nossa produtividade."
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