terça-feira, 29 de março de 2016

Governo pede anulação de delação premiada do principal denunciante da Operação Publicano


Por Felipe Ribeiro e Flávia Barros / banda b

O Governo do Paraná, por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), pediu nesta segunda-feira (28) a anulação do acordo de delação premiada de Luiz Antônio de Souza, que é apontado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) como peça-chave para entender todo o esquema de corrupção dentro do órgão. De acordo com a PGE, o que está sendo questionado são algumas cláusulas, uma vez que o Estado as considera nocivas ao patrimônio público estadual.

Entrevista coletiva do Procurador Geral do Estado, Paulo Rosso.Curitiba, 28-03-16.
Foto: Arnaldo Alves / ANPr.
Procurador Geral do Estado, Paulo Rosso, falou com a imprensa nesta segunda (Foto: AEN)
“Entendemos que o termo de colaboração, da forma como está constituído, é prejudicial aos interesses do Estado do Paraná, uma vez que aparentemente o temos ouvido são que os prejuízos são muito maiores. Achamos injusto que o delator saia ileso deste eventual esquema de corrupção. No caso desse acordo, o que o réu oferece como garantia de ressarcimento do erário é insuficiente para cobrir os prejuízos que ele mesmo causou ao Estado”, disse o procurador-geral do Estado, Paulo Sérgio Rosso.
Deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Operação Publicano investiga um esquema de corrupção dentro da Receita Estadual do Paraná. De acordo com as investigações, os auditores investigados identificavam empresas que deviam impostos para o estado. Depois, abordavam os donos e cobravam propina para reduzir ou anular o valor das dívidas. Os prejuízos já chegaram aos R$ 924 milhões. Deste total, R$ 348 milhões são de impostos sonegados e o restante corresponde a juros e multas à Receita Estadual das 140 empresas investigadas.
Questionado sobre a demora em pedir a anulação, Rosso explicou que o Estado não teve conhecimento sobre o acordo antes. “Eu não tive acesso ao termo, mas assim que tivemos conhecimento, entramos com a ação. Se quiséssemos atrapalhar investigações, já teríamos entrado há muito tempo”, concluiu.

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