Diante da queda
nas vendas do comércio, os prazos médios de financiamento para compra
veículos e outros bens duráveis voltaram a ser alongados em fevereiro,
retomando os níveis de um ano atrás. Ao esticar prazos, lojas, bancos e
financeiras tentam driblar a crise e "encaixar" a prestação na renda do
brasileiro, que anda cada vez mais ameaçada pelo aumento da inflação e
do desemprego.
Depois de quase 12 meses estacionado, o aumento de prazo de pagamento apareceu pela primeira vez nos resultados na pesquisa de fevereiro sobre as condições de crédito, da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Contabilidade e Administração (Anefac). O prazo médio para compra de veículos, que ficou na faixa 36 meses ou três anos entre março do ano passado e janeiro deste ano, subiu para 40 vezes no mês passado. É uma volta para o mesmo nível de um ano atrás.
Movimento semelhante ocorreu nos prazos para a venda de outros bens, entre os quais estão móveis e eletroeletrônicos. O prazo médio para compra desses itens, que girou em torno de 9 meses no último ano, foi esticado para 12 meses em fevereiro deste ano, o mesmo patamar de fevereiro de 2015.
"Com a crise, num primeiro momento, os bancos colocaram o pé no freio nos prazos. Agora, com a queda nas vendas, eles voltaram a esticar", diz o diretor da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. A intenção em alongar prazo é tornar a prestação mais "acessível" ao bolso do consumidor e estacar a queda nas vendas, explica.
Em 12 meses até janeiro, o último dado disponível, o volume de vendas do comércio varejista ampliado - que inclui veículos e materiais de construção - caiu 5,2%, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nessa base de comparação, as maiores retrações ocorreram em itens de maior valor, que normalmente são financiados: veículos (-18%) e móveis e eletrodomésticos (-15,9%).
A montadora japonesa Nissan, por exemplo, intensificou recentemente o anúncio do plano em até 72 vezes ou seis anos, com entrada de 30% do valor do veículo. Segundo a montadora, por causa da crise, está se buscando cada vez mais condições para tornar a prestação mais acessível.
Estratégia semelhante vem sendo usada pela Via Varejo, que administra as principais redes varejistas de móveis e eletrodomésticos do País: a Casas Bahia e o Ponto Frio. De acordo com a empresa, o foco da companhia tem sido planos e serviços que ofereçam prestações menores e que caibam no bolso dos clientes. A intenção é manter o poder de compra do consumidor.
Por conta disso, a Casas Bahia esticou o prazo de pagamento para 14 vezes, sem acréscimo no cartão de crédito. Alguns meses atrás esse prazo máximo era de dez meses. Na bandeira Ponto Frio, há promoções relâmpago com foco no prazo. Entre os dias 25 e 28 de março, a rede de lojas vai oferecer parcelamento em até 18 vezes sem acréscimo no cartão da rede varejista para ofertas específicas.
Risco
Esse movimento de flexibilizar as condições de pagamento para impulsionar as vendas pode reduzir o valor desembolsado pela prestação, apesar de aumentar o risco para quem vende o produto. Uma simulação feita pela Anefac, a pedido do Estado, mostra que um carro popular, no valor de R$ 30 mil, financiado antes em 36 vezes com juros de 2,3% ao mês e depois financiado em 40 meses.
Ribeiro de Oliveira, responsável pelos cálculos, observa que apesar do aumento risco de calote, que geralmente cresce nos prazos mais longos, bancos, lojas e financeiras estão resguardados. É que as taxas de juros aumentaram nos últimos meses para cobrir as possíveis perdas provocadas pelo aumento da inadimplência.
"Com a crise econômica que atinge o Brasil, num primeiro momento os bancos colocaram
o pé freio nos prazos de financiamentos. Agora, com a queda nas vendas do comércio,
eles voltaram a esticar".
Depois de quase 12 meses estacionado, o aumento de prazo de pagamento apareceu pela primeira vez nos resultados na pesquisa de fevereiro sobre as condições de crédito, da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Contabilidade e Administração (Anefac). O prazo médio para compra de veículos, que ficou na faixa 36 meses ou três anos entre março do ano passado e janeiro deste ano, subiu para 40 vezes no mês passado. É uma volta para o mesmo nível de um ano atrás.
Movimento semelhante ocorreu nos prazos para a venda de outros bens, entre os quais estão móveis e eletroeletrônicos. O prazo médio para compra desses itens, que girou em torno de 9 meses no último ano, foi esticado para 12 meses em fevereiro deste ano, o mesmo patamar de fevereiro de 2015.
"Com a crise, num primeiro momento, os bancos colocaram o pé no freio nos prazos. Agora, com a queda nas vendas, eles voltaram a esticar", diz o diretor da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. A intenção em alongar prazo é tornar a prestação mais "acessível" ao bolso do consumidor e estacar a queda nas vendas, explica.
Em 12 meses até janeiro, o último dado disponível, o volume de vendas do comércio varejista ampliado - que inclui veículos e materiais de construção - caiu 5,2%, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nessa base de comparação, as maiores retrações ocorreram em itens de maior valor, que normalmente são financiados: veículos (-18%) e móveis e eletrodomésticos (-15,9%).
A montadora japonesa Nissan, por exemplo, intensificou recentemente o anúncio do plano em até 72 vezes ou seis anos, com entrada de 30% do valor do veículo. Segundo a montadora, por causa da crise, está se buscando cada vez mais condições para tornar a prestação mais acessível.
Estratégia semelhante vem sendo usada pela Via Varejo, que administra as principais redes varejistas de móveis e eletrodomésticos do País: a Casas Bahia e o Ponto Frio. De acordo com a empresa, o foco da companhia tem sido planos e serviços que ofereçam prestações menores e que caibam no bolso dos clientes. A intenção é manter o poder de compra do consumidor.
Por conta disso, a Casas Bahia esticou o prazo de pagamento para 14 vezes, sem acréscimo no cartão de crédito. Alguns meses atrás esse prazo máximo era de dez meses. Na bandeira Ponto Frio, há promoções relâmpago com foco no prazo. Entre os dias 25 e 28 de março, a rede de lojas vai oferecer parcelamento em até 18 vezes sem acréscimo no cartão da rede varejista para ofertas específicas.
Risco
Esse movimento de flexibilizar as condições de pagamento para impulsionar as vendas pode reduzir o valor desembolsado pela prestação, apesar de aumentar o risco para quem vende o produto. Uma simulação feita pela Anefac, a pedido do Estado, mostra que um carro popular, no valor de R$ 30 mil, financiado antes em 36 vezes com juros de 2,3% ao mês e depois financiado em 40 meses.
Ribeiro de Oliveira, responsável pelos cálculos, observa que apesar do aumento risco de calote, que geralmente cresce nos prazos mais longos, bancos, lojas e financeiras estão resguardados. É que as taxas de juros aumentaram nos últimos meses para cobrir as possíveis perdas provocadas pelo aumento da inadimplência.
"Com a crise econômica que atinge o Brasil, num primeiro momento os bancos colocaram
o pé freio nos prazos de financiamentos. Agora, com a queda nas vendas do comércio,
eles voltaram a esticar".
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