O juiz federal Sérgio Moro decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal
 (STF) os processos decorrentes da 23ª e 26ª fase da Operação Lava Jato,
 denominadas Acarajé e Xepa. O despacho foi assinado hoje (28) pelo juiz
 da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Na decisão, Moro se refere a 
uma lista que trata de pagamentos que teriam sido feitos a cerca de 200 
políticos e foi apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de 
Benedicto Barbosa da Silva Júnior, um dos executivos da Odebrecht, 
durante a Operação Acarajé, deflagrada no mês passado.
O material teve sigilo decretado no último dia 23. Segundo a decisão,
 por conter nomes de pessoas com foro privilegiado, o Ministério Público
 Federal (MPF) solicitou ao juiz que os processos referentes à Operação 
Acarajé e também à Operação Xepa fossem remetido ao STF para apuração. O
 MPF pede ainda que seja mantida em Curitiba, com o juiz Moro, a parte 
do processo referente aos pagamentos feitos por Zwi Skornicki e pelo 
Grupo Odebrecht a João Cerqueira de Santana Filho e a Mônica Regina 
Cunha de Moura, bem como aos pagamentos de Zwi Skornicki a Pedro José 
Barusco Filho Eduardo Costa Vaz Musa.
Com relação à planilha encontrada, o Sérgio Moro diz que é “prematura
 qualquer conclusão” com relação aos pagamentos identificados. “Não se 
trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, 
através do qual eram realizados os pagamentos subreptícios, e o 
referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações 
eleitorais registradas nos últimos anos” diz o texto. Ainda assim, o 
juiz decidiu que, por conter nomes de autoridades de foro privilegiado e
 por retratar pagamentos “talvez ilícitos” que os processos devem se 
remetidos ao STF.
“O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os 
processos apenas diante de indícios mais concretos de que esses 
pagamentos seriam também ilícitos. A cautela recomenda, porém, que a 
questão seja submetida desde logo ao Supremo Tribunal Federal”, disse 
Moro na decisão.
Sobre manutenção das investigações referentes aos pagamentos 
realizados por Zwi Skornicki e pelo Grupo Odebrecht a João Santana e 
sua mulher, Mônica Moura e de Skornicki a Pedro Barusco e Eduardo Musa, 
na primeira instância, o juiz diz que “caberá igualmente ao Supremo 
Tribunal Federal, se assim entender, cindir as apurações e devolver" a
 ele essa parte do processo.
Denúncia
No despacho, Sérgio Moro diz ainda que recentemente  foi oferecida 
denúncia contra Santana, Moura e Skornicki . “Observo, aliás, a recente 
propositura pelo MPF de denúncia contra Zwi Skornicki, João Cerqueira 
de Santana Filho, Mônica Regina Cunha de Moura e outros”. A decisão diz
 que a ação penal decorrente desta denúncia também deve ser remetida ao 
STF.
O juiz ressalta também que o material apreendido, devido ao seu 
volume, deve permanecer na Polícia Federal em Curitiba “à disposição do 
Supremo Tribunal Federal”.
 
 
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