terça-feira, 22 de março de 2016

Dilma vê "golpe em curso" e avisa: "jamais renunciarei"

A presidente Dilma Rousseff voltou a falar na tarde desta terça-feira sobre a pressão popular para que renuncie ao governo e ao processo de impeachment que está em andamento. Após encontro com grupo formado por juristas, advogados, promotores e defensores públicos contrários à queda, a petista deu entrevista e reafirmou que não pretende deixar o cargo "em hipótese alguma".
De forma incisiva, Dilma repetiu diversas vezes durante o discurso a frase "Não Vai Ter Golpe", muito usada pelos manifestantes pró-governo e mais uma vez repetiu que não cometeu nenhum crime previsto na Constituição. Ao citar o processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados, a presidente disse que não há "crime de responsabilidade" e que, na ausência de provas, o afastamento de um presidente da República se torna, "ele próprio, um crime contra a democracia".
Foto: EFE
"Não cabem meias palavras nesse caso. O que está em curso é um golpe contra democracia. Eu jamais renunciarei. Aqueles que pedem minha renúncia mostram fragilidade na sua convicção sobre o processo de impeachment, porque, sobretudo, tentam ocultar justamente esse golpe contra a democracia, e eu não compactuarei com isso. Por isso, não renuncio em hipótese alguma", afirmou.
A presidente chegou a citar ainda os tempos de ditadura militar em um processo no qual foi "vítima" e prometeu lutar "para, em plena democracia, não ser vítima de novo". Após ouvir manifestações de juristas contrários ao seu impeachment, Dilma disse que jamais imaginaria voltar ao momento do passado em que Leonel Brizola liderou movimentos pela legalidade no País. Ela afirmou estar se dirigindo a eles com a "segurança de ter atuado desde o início" do seu mandato para combater de forma "enérgica e continuada a corrupção que sempre afligiu o Brasil".
Foto: EFE
Com informações da Agência Brasil.

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