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O número de trabalhadores por conta própria vem crescendo no Paraná.
Levantamento da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) mostra que o número
de novos microempreendedores individuais (MEIs) aumentou de 11,51% de
janeiro a abril de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado.
Foram 33.353 novos MEIs constituídos no primeiro quadrimestre desse ano,
contra 29.908 em igual intervalo de 2015.
Os MEIs já respondem por 72% do total de empresas abertas no Paraná.
Entre MEIs e empresas tradicionais foram 46,3 mil constituições de
empresas nos primeiros quatro meses de 2016, número ligeiramente
inferior ao volume registrado no mesmo período do ano passado, de 46,8
mil.
O presidente da Jucepar, Ardisson Akel, diz que hoje o Governo do
Paraná dá apoio a este segmento. “Temos a atuação forte da Fomento
Paraná e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, o BRDE,
para financiar os projetos desses empresários”, explica.
NECESSIDADE - Criada em 2009, a figura do MEI abrange autônomos que
ganham até R$ 60 mil e tem tributação simplificada. De acordo com o
presidente da Jucepar, em momentos de crise, o empreendedorismo por
necessidade também cresce, o que ajuda a impulsionar o surgimento de
novos microempreendedores.
“Pessoas que perdem o emprego muitas vezes usam o dinheiro da
indenização para montar um negócio próprio. Mas temos dois casos. Gente
que coloca em prática o desejo de ter o negócio próprio, o sonho de ser o
próprio chefe. E aqueles que começam um negócio porque não conseguem
uma realocação no mercado de trabalho e precisam gerar renda”, diz.
CRESCIMENTO - O MEI, de acordo com ele, é, de qualquer forma, uma
alternativa interessante, porque formaliza o negócio para o
empreendedor. “É uma geração de renda formal e que também garante
benefícios previdenciários no futuro”, diz Akel.
A abertura de negócios por autônomos vem crescendo nos últimos anos.
Somente no ano passado, houve um aumento de 31% no Paraná, com evolução
de 233, 2 mil, em 2014, para 307,2 mil em 2015, de acordo com o
Empresômetro, plataforma desenvolvida pela Confederação Nacional do
Comércio (CNC) e a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) em
parceria com o Instituto de Planejamento e Tributação (IBPT).
PERFIL - O microempreendedor individual é, muitas vezes, o primeiro
passo para transformar uma ideia em um grande negócio, diz Akel. O
Paraná tem 1,1 milhão de empresas ativas, de acordo com o Empresômetro. O
volume responde por 6,9% do total no Brasil. Das empresas ativas no
Paraná, 94% são pequenas e microempresas.
APESAR DA CRISE - Os dados da Jucepar mostram ainda que, apesar da
crise econômica, vem caindo o número de empresas tradicionais que fecham
as portas no Paraná. No primeiro quadrimestre foram encerradas 12 mil
empresas no Estado, 6,42% menos do que as 12,8 mil que deram baixa no
mesmo período do ano passado. Ainda que esse dado possa parecer positivo
à primeira vista, ele camufla um comportamento comum entre os
empresários.
“Muitos empresários já encerraram na prática seus negócios, mas
acabam não dando baixa na Junta Comercial. Essa situação pode durar
meses, Muitos desconhecem que hoje o processo é muito mais fácil e que
não há necessidade de certidões negativas”, diz.
Graças a um decreto estadual de 2014, as empresas estão dispensadas
de apresentar as certidões negativas (municipais, estaduais e federais)
de débitos tributários, previdenciários e trabalhistas na Jucepar, o que
vem agilizando os processos.
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