segunda-feira, 21 de março de 2016

Manifestantes invadem terreno em que mulher foi estuprada no São Braz: ‘Pelo menos vamos limpar’

Por Elizangela Jubanski e Djalma Malaquias / banda b


Os moradores do São Braz, em Curitiba, voltaram a invadir o terreno abandonado que é alvo para bandidos e marginais na manhã desta segunda-feira (21). A primeira invasão aconteceu na noite de sábado (19), após uma jovem ter sido estuprada no local. Conhecido como Terrão, às margem da Rua José Rubens de Lima, o terreno é extenso, tem mato alto e já foi utilizado para outros crimes como – desova, assaltos, tráfico de drogas  – e também depósito de água parada, segundo os moradores.
A promessa dos manifestantes é não sair do local, demarcar espaços e construir casas. Eles são formados por famílias da região e também de municípios metropolitanos que garantem manutenção no terreno e, com isso, o fim da violência. “O dono não se manifesta e deixa esse terreno aqui pra esse maníaco, que nem polícia sabe quem é, matando e estuprando meninas. Se ele não faz nada com esse terreno e já disse que limpar ele não limpa, então, que a gente venha morar aqui. Pelo menos cuidamos”, descreveu à Banda B a manicure de 30 anos, que está no local desde cedo.
Cerca de 200 famílias já estão no local acampadas, aguardando parecer da organização própria, criada entre eles, para que comecem a construir. Os vizinhos do Terrão aprovam a invasão, como o aposentado de 69 anos, Antônio Dias. “Eles precisam, tem toda a razão e a gente vai dar apoio. Tá um descaso isso aqui. Eu não preciso, eu tenho graças a Deus, mas eles necessitam, muitos aqui não tem onde cair morto, desculpe pela palavra. Trabalha de dia pra comer de noite, devem aluguel, não tem nada e porque esse terreno aqui ninguém cuida, ninguém faz nada? Que eles usem, pelo pelos, limpam”, finalizou.
Retorno
A Banda B entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba sobre a situação do terreno e foi informada que o proprietário vem sendo multado constantemente.

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