Os moradores do São Braz, em Curitiba, voltaram a invadir o terreno
abandonado que é alvo para bandidos e marginais na manhã desta
segunda-feira (21). A primeira invasão aconteceu na noite de sábado
(19), após uma jovem ter sido estuprada no local. Conhecido como Terrão,
às margem da Rua José Rubens de Lima, o terreno é extenso, tem mato
alto e já foi utilizado para outros crimes como – desova, assaltos,
tráfico de drogas – e também depósito de água parada, segundo os
moradores.
A promessa dos manifestantes é não sair do local, demarcar espaços e
construir casas. Eles são formados por famílias da região e também de
municípios metropolitanos que garantem manutenção no terreno e, com
isso, o fim da violência. “O dono não se manifesta e deixa esse terreno
aqui pra esse maníaco, que nem polícia sabe quem é, matando e estuprando
meninas. Se ele não faz nada com esse terreno e já disse que limpar ele
não limpa, então, que a gente venha morar aqui. Pelo menos cuidamos”,
descreveu à Banda B a manicure de 30 anos, que está no local desde cedo.
Cerca de 200 famílias já estão no local acampadas, aguardando parecer
da organização própria, criada entre eles, para que comecem a
construir. Os vizinhos do Terrão aprovam a invasão, como o aposentado de
69 anos, Antônio Dias. “Eles precisam, tem toda a razão e a gente vai
dar apoio. Tá um descaso isso aqui. Eu não preciso, eu tenho graças a
Deus, mas eles necessitam, muitos aqui não tem onde cair morto, desculpe
pela palavra. Trabalha de dia pra comer de noite, devem aluguel, não
tem nada e porque esse terreno aqui ninguém cuida, ninguém faz nada? Que
eles usem, pelo pelos, limpam”, finalizou.
Retorno
A Banda B entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba sobre a
situação do terreno e foi informada que o proprietário vem sendo multado
constantemente.
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