domingo, 10 de abril de 2016

Comissão do impeachment deve manter votação por painel eletrônico

Folhapress
ISABEL FLECK BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da comissão do impeachment na Câmara, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), deve manter a votação pelo painel eletrônico nesta segunda-feira (11), quando 65 deputados se posicionarão sobre o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável ao afastamento de Dilma Rousseff. Rosso chegou a analisar, com técnicos, a questão de ordem apresentada pelo deputado Alex Manente (PPS-SP), pedindo que a votação fosse por chamada oral, na qual cada deputado declararia o voto no microfone. A votação do impeachment no plenário será por chamada nominal, e cogitou-se que o mesmo procedimento fosse adotado na comissão. A votação nominal no microfone agrada os parlamentares favoráveis ao afastamento de Dilma, já que torna maior a exposição de cada posicionamento. No sistema eletrônico, todos votam ao mesmo tempo, e o resultado é divulgado no painel, com os nomes divididos em "sim" e "não". A resposta de Rosso será dada na manhã desta segunda, horas antes da votação, mas a tendência é que ele opte pelo painel para não sofrer questionamentos, já que esta é a forma prevista no regimento interno da Câmara. A votação por chamada só deve ser usada, segundo as regras, quando o sistema eletrônico estiver com problemas. Levantamento feito pela Folha de S.Paulo mostra que já há os 33 votos necessários (maioria simples de 65) para a aprovação do relatório na comissão. RITO A sessão desta segunda terá início às 10h, com a fala do relator -que terá 20 minutos para réplica dos discursos dos parlamentares na última sexta- seguida de intervenção do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma. Ele terá entre 15 e 20 minutos. Após responder as questões de ordem -inclusive a sobre a forma da votação-, os líderes dos 25 partidos e os dois líderes da minoria e da maioria terão tempo para discursar. Rosso tentará um acordo com os líderes para que todos tenham o mesmo tempo de fala. Pelo regimento, o tempo varia entre três e dez minutos, de acordo com o tamanho das bancadas na casa. "Vou ver se consigo fazer um acordo que dá tempo igual para todo mundo. Fazer um entendimento de que está todo mundo igual", disse Rosso à Folha, para quem o tempo pode variar entre cinco e dez minutos. A mudança beneficiaria partidos favoráveis -PPS, PSC, PV- e contrários ao impeachment -PCdoB, PSOL-, mas também indefinidos como o PTN. Pelo regimento, todos teriam menos de cinco minutos. A votação está inicialmente marcada para começar às 17h. Na sequência da votação, o resultado será lido no plenário da Câmara no dia seguinte, terça-feira (12) e publicado no diário da Câmara na quarta (13), quando se inicia a contagem de 48 horas para o início da votação em plenário. O início do debate e votação no plenário está previsto para sexta-feira (15), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já afirmou que o processo pode durar três dias. Isso faria com que a votação ocorra no domingo (17).

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