ISABEL FLECK
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da comissão do impeachment na
Câmara, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), deve manter a votação pelo
painel eletrônico nesta segunda-feira (11), quando 65 deputados se
posicionarão sobre o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO)
favorável ao afastamento de Dilma Rousseff.
Rosso chegou a analisar, com técnicos, a questão de ordem apresentada
pelo deputado Alex Manente (PPS-SP), pedindo que a votação fosse por
chamada oral, na qual cada deputado declararia o voto no microfone.
A votação do impeachment no plenário será por chamada nominal, e
cogitou-se que o mesmo procedimento fosse adotado na comissão.
A votação nominal no microfone agrada os parlamentares favoráveis ao
afastamento de Dilma, já que torna maior a exposição de cada
posicionamento. No sistema eletrônico, todos votam ao mesmo tempo, e o
resultado é divulgado no painel, com os nomes divididos em "sim" e
"não".
A resposta de Rosso será dada na manhã desta segunda, horas antes da
votação, mas a tendência é que ele opte pelo painel para não sofrer
questionamentos, já que esta é a forma prevista no regimento interno da
Câmara. A votação por chamada só deve ser usada, segundo as regras,
quando o sistema eletrônico estiver com problemas.
Levantamento feito pela Folha de S.Paulo mostra que já há os 33 votos
necessários (maioria simples de 65) para a aprovação do relatório na
comissão.
RITO
A sessão desta segunda terá início às 10h, com a fala do relator -que
terá 20 minutos para réplica dos discursos dos parlamentares na última
sexta- seguida de intervenção do advogado-geral da União, José Eduardo
Cardozo, responsável pela defesa de Dilma. Ele terá entre 15 e 20
minutos.
Após responder as questões de ordem -inclusive a sobre a forma da
votação-, os líderes dos 25 partidos e os dois líderes da minoria e da
maioria terão tempo para discursar.
Rosso tentará um acordo com os líderes para que todos tenham o mesmo
tempo de fala. Pelo regimento, o tempo varia entre três e dez minutos,
de acordo com o tamanho das bancadas na casa.
"Vou ver se consigo fazer um acordo que dá tempo igual para todo mundo.
Fazer um entendimento de que está todo mundo igual", disse Rosso à
Folha, para quem o tempo pode variar entre cinco e dez minutos.
A mudança beneficiaria partidos favoráveis -PPS, PSC, PV- e contrários
ao impeachment -PCdoB, PSOL-, mas também indefinidos como o PTN. Pelo
regimento, todos teriam menos de cinco minutos.
A votação está inicialmente marcada para começar às 17h.
Na sequência da votação, o resultado será lido no plenário da Câmara no
dia seguinte, terça-feira (12) e publicado no diário da Câmara na quarta
(13), quando se inicia a contagem de 48 horas para o início da votação
em plenário.
O início do debate e votação no plenário está previsto para sexta-feira
(15), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já afirmou que o processo
pode durar três dias. Isso faria com que a votação ocorra no domingo
(17).
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