| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil. | 
O juiz federal Sérgio Moro abriu ação penal, nesta sexta-feira, 29, 
contra o marqueteiro do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura, e 
mais dez pessoas, entre elas o maior empreiteiro do País, Marcelo 
Odebrecht, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Eles são acusados
 por organização criminosa e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e 
corrupção na Petrobras.
"Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a 
denúncia contra os acusados acima nominados", informa a decisão de Moro.
 Santana trabalhou nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva, em 2006, e nas campanhas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 
2014.
Fruto da 26ª fase da Lava Jato, a Operação Xepa, a ação tem como foco
 os pagamentos para o marqueteiro do PT feitos pelo "setor profissional 
de propinas" da Odebrecht. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), 
Odebrecht tinha conhecimento do setor e inclusive teria atuado para 
desmontá-lo e proteger os funcionários das investigações.
"Há provas decorrentes de depoimentos de criminosos colaboradores 
conjugados com provas documentais de transferências bancárias 
subreptícias, inclusive das contas no exterior e de planilhas 
apreendidas", escreveu Moro, em sua decisão.
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Também integra a lista de novos réus da Lava Jato a ex-secretária 
Maria Lúcia Tavares, que atuava no Setor de Operações Estruturadas, nome
 oficial do "departamento de propinas" da Odebrecht, e que fez acordo de
 colaboração a partir do qual revelou como funcionava o esquema de 
pagamentos ilícitos da empreiteira.
Na denúncia, o MPF aponta os repasses do setor de propinas para o 
casal de marqueteiros, que teriam recebido US$ 6,4 milhões no exterior 
de contas atribuídas à Odebrecht e R$ 23,5 milhões no Brasil. Ao todo 
foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, 
ainda durante o período eleitoral até 22 de maio 2015, "o que mostra um 
acinte em relação à Justiça", afirmou o coordenador da Lava Jato, Deltan
 Dallagnol, ao explicar, ontem, a acusação contra os denunciados.
Procurada, a Odebrecht informou por meio de sua assessoria de 
imprensa que "a empresa não se manifestará sobre o tema". Já os 
advogados de defesa de João Santana e a esposa informam que "não farão 
nenhum comentário sobre as novas denúncias formuladas pelo Ministério 
Público Federal."
Além de Odebrecht, Maria Lúcia Tavares, Santana e a esposa e Vaccari 
Neto, a lista de réus da Operação Xepa é composta por Ângela Palmeira 
Ferreira, Fernando Migliacci da Silva, Hilberto Mascarenhas Alves da 
Silva Filho, Isaías Ubiraci Chaves Santos, Luiz Eduardo da Rocha Soares,
 Marcelo Rodrigues e Olívio Rodrigues Júnior.
 
 
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