terça-feira, 19 de abril de 2016

Cerveró pede desculpas a Moro por ter mentido em depoimentos anteriores


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O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, pediu desculpas ao juiz federal Sérgio Moro “por ter lhe mentido”. Ele admitiu que em depoimentos anteriores mentiu ao falar de offshores.

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

“Eu queria aproveitar a oportunidade para uma coisa pessoal, era pedir desculpas ao sr. pelo fato de ter lhe mentido em dois depoimentos que eu prestei ao sr, nos quais eu neguei propriedade de offshores e de ter moeda corrente internacional, o que não era verdade”, disse.
“Aproveitar também para pedir perdão e desculpas à sociedade pelos prejuízos que eu, em tese, causei a uma companhia que não pertence ao Estado, mas é controlada pelo Estado, e pelos erros cometidos sobre isso.”
Em maio do ano passado, durante um de seus depoimentos ao juiz Moro, que conduz todas as ações penais da Lava Jato, Cerveró afirmou que nem ele e nem seus filhos ou sua mulher tinham bens, dinheiro ou offshores no exterior. Em 1h15 de audiência, naquela oportunidade, ele reclamou que Moro havia bloqueado seus bens e disse que não chegava “a ser um garoto de Ipanema” – bairro nobre da zona Sul do Rio.
Em julho de 2015, em outra audiência, Cerveró ficou em silêncio. O juiz Moro fez perguntas relacionadas a offshores e o ex-diretor disse que não responderia aos questionamentos.
“Minha posição é permanecer em silêncio”, sustentou à época.
Nestor Cerveró foi diretor do setor Internacional entre 2003 e 2008. O executivo foi preso em janeiro de 2015, pela Polícia Federal, no Aeroporto do Galeão, no Rio, quando chegava de uma viagem à Inglaterra.
O ex-diretor foi condenado em dois processos na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma das ações, Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para Cerveró. Em sua primeira condenação, o ex-diretor foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo, de R$ 7,5 milhões, em Ipanema, no Rio.

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