Infectados tem entre 7 e 38 anos que não estavam nos grupos de risco; número de casos confirmados deve aumentar até sexta-feira
Dayse Miranda
Tribuna do Vale
Pacientes que apresentam sintomas mais graves do H1N1 estão sendo
encaminhados para uma ala especial na Santa Casa de Misericórdia para
acompanhamento (Antônio de Picolli)
Jacarezinho
lidera no número de casos confirmados do vírus Influenza A H1N1 na
região. Até o momento, nove pessoas foram diagnosticadas com o vírus.
Para o Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de
Jacarezinho, estes registros podem ser apenas o início de um problema de
saúde pública muito maior. Os números que serão divulgados no próximo
boletim nesta sexta-feira, 13, podem agravar a situação. A confirmação
dos nove casos divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde no começo
da semana são de coletas realizadas no mês de abril.
Entre os
infectados estão sete homens e duas mulheres entre 7 e 38 anos. Segundo
a diretora do Departamento de Epidemiologia de Jacarezinho, Suelene
Manfré Francisco de Oliveira, estas pessoas não faziam parte dos grupos
de risco com prioridade de vacinação e cada uma mora em uma região
diferente da cidade. Dois dos casos foram diagnosticados na mesma rua,
porém, não na mesma moradia. Todos os pacientes já foram medicados com
Tamiflu e seguem em fase de recuperação.
Suelene
explica que em aproximadamente duas semanas o número de suspeitas de
ter contraído a doença chegou a 150. A diretora explica semanalmente são
feitas aproximadamente cinco coletas na Unidade Sentinela (Unidade
Básica de Saúde responsável pela coleta de amostras para análise)
localizada na Vila São Pedro. As amostras são colhidas de pacientes que
apresentam sintomas como tosse, febre e dor de garganta associada a mais
algum sintoma (mal estar, dor de cabeça, dor no corpo). As amostras são
enviadas para o Laboratório Central do Estado (Lacen) para análise.
“Antes desse período a média de espera pelo resultado era de uma semana.
Agora com clima mais propício para a doença se alastrar, os exames
estão demorando cerca de 30 dias. Portanto, não esperamos o resultado do
exame do paciente. Estamos medicando antes, até mesmo para não ter
nenhum agravante”, ressaltou.
Para
Suelene, o número de casos confirmados pode ser muito maior porque nem
todos os casos sintomáticos estão fazendo os exames de coleta. “Mesmo os
casos não coletados são medicados. O ideal é receber a medicação em 48
horas para melhor efeito”, detalha. Os casos de pacientes com sintomas
mais graves como pulsação abaixo de 95 e problemas respiratórios são
encaminhados para uma ala especial na Santa Casa de Misericórdia de
Jacarezinho para monitoramento.
Nas
Unidades Básicas de Saúde (UBSs), as pessoas que vão passar por uma
avaliação médica apresentando os respectivos sintomas são recomendadas
na triagem a usarem uma máscara de proteção no rosto.
Segundo
Suelene, 90% das chances de transmissão são através de gotículas de
saliva e 10% de objetos (maçanetas, corrimão, objetos de uso pessoal e
entre outros). Portanto, ela recomenda que manter a higiene das mãos é
fundamental. “Lavar sempre com água e sabão ou então fazer o uso de
álcool gel. E evitar locais aglomerados e fechados”.
O chefe
da Divisão de Vigilância em Saúde, da 19ª Regional de Saúde, de
Jacarezinho, Ronaldo Trevisan, informou que Jacarezinho não é
considerada em estado de surto da doença, mas vale a pena os cuidados da
população para evitar que novos casos venham apareçam.
Segundo
ele, a região terá até o dia 20 de maio aproximadamente 63 mil pessoas
imunizadas – que estão enquadradas nos grupos de comorbidade, ou seja,
mais de 20% da população da região será imunizada. “Estas pessoas
estando imunizadas não oferecem risco de contribuir para a transmissão
viral. Possibilitando assim conter uma futura epidemia”, explicou.
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