quinta-feira, 12 de maio de 2016

Nove casos confirmados de H1N1 pode indicar situação bem pior


Infectados tem entre 7 e 38 anos que não estavam nos grupos de risco; número de casos confirmados deve aumentar até sexta-feira

Dayse Miranda
Tribuna do Vale
 
Pacientes que apresentam sintomas mais graves do H1N1 estão sendo encaminhados para uma ala especial na Santa Casa de Misericórdia para acompanhamento (Antônio de Picolli)
Jacarezinho lidera no número de casos confirmados do vírus Influenza A H1N1 na região. Até o momento, nove pessoas foram diagnosticadas com o vírus. Para o Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Jacarezinho, estes registros podem ser apenas o início de um problema de saúde pública muito maior. Os números que serão divulgados no próximo boletim nesta sexta-feira, 13, podem agravar a situação. A confirmação dos nove casos divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde no começo da semana são de coletas realizadas no mês de abril.
Entre os infectados estão sete homens e duas mulheres entre 7 e 38 anos. Segundo a diretora do Departamento de Epidemiologia de Jacarezinho, Suelene Manfré Francisco de Oliveira, estas pessoas não faziam parte dos grupos de risco com prioridade de vacinação e cada uma mora em uma região diferente da cidade. Dois dos casos foram diagnosticados na mesma rua, porém, não na mesma moradia. Todos os pacientes já foram medicados com Tamiflu e seguem em fase de recuperação.
Suelene explica que em aproximadamente duas semanas o número de  suspeitas de ter contraído a doença chegou a 150. A diretora explica semanalmente são feitas aproximadamente cinco coletas na Unidade Sentinela (Unidade Básica de Saúde responsável pela coleta de amostras para análise) localizada na Vila São Pedro. As amostras são colhidas de pacientes que apresentam sintomas como tosse, febre e dor de garganta associada a mais algum sintoma (mal estar, dor de cabeça, dor no corpo). As amostras são enviadas para o Laboratório Central do Estado (Lacen) para análise. “Antes desse período a média de espera pelo resultado era de uma semana. Agora com clima mais propício para a doença se alastrar, os exames estão demorando cerca de 30 dias. Portanto, não esperamos o resultado do exame do paciente. Estamos medicando antes, até mesmo para não ter nenhum agravante”, ressaltou.
Para Suelene, o número de casos confirmados pode ser muito maior porque nem todos os casos sintomáticos estão fazendo os exames de coleta. “Mesmo os casos não coletados são medicados. O ideal é receber a medicação em 48 horas para melhor efeito”, detalha. Os casos de pacientes com sintomas mais graves como pulsação abaixo de 95 e problemas respiratórios são encaminhados para uma ala especial na Santa Casa de Misericórdia de Jacarezinho para monitoramento.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), as pessoas que vão passar por uma avaliação médica apresentando os respectivos sintomas são recomendadas na triagem a usarem uma máscara de proteção no rosto.
Segundo Suelene, 90% das chances de transmissão são através de gotículas de saliva e 10% de objetos (maçanetas, corrimão, objetos de uso pessoal e entre outros). Portanto, ela recomenda que manter a higiene das mãos é fundamental. “Lavar sempre com água e sabão ou então fazer o uso de álcool gel. E evitar locais aglomerados e fechados”.
O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde, da 19ª Regional de Saúde, de Jacarezinho, Ronaldo Trevisan, informou que Jacarezinho não é considerada em estado de surto da doença, mas vale a pena os cuidados da população para evitar que novos casos venham apareçam.
Segundo ele, a região terá até o dia 20 de maio aproximadamente 63 mil pessoas imunizadas – que estão enquadradas nos grupos de comorbidade, ou seja, mais de 20% da população da região será imunizada. “Estas pessoas estando imunizadas não oferecem risco de contribuir para a transmissão viral. Possibilitando assim conter uma futura epidemia”, explicou.

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