terça-feira, 1 de março de 2016

Paraná começa campanha nas rádios de combate à violência contra a mulher


A vice-governadora Cida Borghetti e a secretária estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, participaram nesta terça-feira (01), em Curitiba, do lançamento da campanha de combate à violência contra as mulheres, intitulada “Chega de Violência”.

Emissoras de rádio de todo o Estado vão transmitir boletins, entrevistas e informativos sobre o tema todas as semanas. A ação foi articulada pelo Governo do Estado com a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), a ONG Mais Marias e outras Organizações Não Governamentais. A ação é o início de eventos que comemoram o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

Segundo a vice-governadora, o objetivo da campanha é conscientizar a população para os crimes que atingem a mulher e incentivar as próprias vítimas, familiares e pessoas próximas, para que denunciem os agressores.

“Os materiais buscam explicar, orientar e conscientizar as mulheres sobre os seus direitos. O Governo do Paraná abraça essa causa a favor da vida. Denunciar é a única forma de proteger as mulheres e as famílias e punir os agressores", afirma Cida Borghetti.

A vice-governadora adiantou que vai levar a sugestão da campanha à Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) em Brasília. "A informação é decisiva nesse momento, é preciso dar um basta na violência contra as mulheres para termos paz nos lares e nas famílias brasileiras", afirmou.

PLANO ESTADUAL - A secretária Fernanda Richa reforçou que desde 2015 o Governo do Estado possui um Plano Estadual de Políticas para as Mulheres e busca levar atendimento às mulheres em localidades mais distantes. “Unidades móveis percorrem áreas rurais e registram denúncias, levam informações e orientam sobre os direitos da mulher em situação de violência”, explica.

Na área da saúde, o Mãe Paranaense, programa da Secretaria estadual da Saúde, atende em média 150 mil gestantes por ano. O trabalho diminuiu a mortalidade materno-infantil e é referência no país. O programa Família Paranaense também tem a mulher como prioridade. Foram mais de 213 mil famílias atendidas.

As ações integradas de diversas secretarias e órgãos já têm apresentado resultados. Em 2015, o Paraná saiu da 3ª colocação no Mapa da Violência contra a mulher para ocupar a 19ª posição no ranking.

CAMPANHA - A Aerp disponibilizará boletins informativos, matérias e entrevistas sobre violência doméstica e familiar contra a mulher para as mais de 300 rádios filiadas em todo o Estado.

“Estamos dando um passo na colaboração e conscientização da população para denunciar e contribuir para que a violência contra a mulher acabe em nossa sociedade”, afirmou o diretor da Aerp, Michel Micheleto, que representou o presidente da Associação, Alexandre Barros.

Para a presidente da ONG Mais Marias, Maria Letícia Fagundes, o compartilhamento de informações sobre o tema pelas rádios do estado dará um grande visibilidade à causa. Ela explicou que a violência contra a mulher não se limita a agressões físicas ou sexuais, há violência psicológica, moral, patrimonial e outras.

“Começamos nosso trabalho em Curitiba e depois fomos para a região metropolitana com palestras, agora estamos indo para o Paraná inteiro. Isso nos anima para continuar nosso trabalho de conscientização e informação”.

LIGUE 180 - A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República, divulgou dados nacionais sobre violência contra as mulheres que mostram que 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente.

Em 67,36% dos relatos, as violências foram cometidas por homens com quem as vítimas tinham ou já tiveram algum vínculo afetivo: companheiros, cônjuges, namorados ou amantes, ex-companheiros, ex-cônjuges, ex-namorados ou ex-amantes das vítimas. Já em cerca de 27% dos casos, o agressor era um familiar, amigo, vizinho ou conhecido.

A cantora paranaense Michele Mara foi uma dessas vítimas. Ela conta que foi necessária coragem para fazer a denúncia e estimula as mulheres que vêm sofrendo abusos a denunciar. “Eu sofri com um relacionamento abusivo. Sofri violência doméstica e só consegui denunciar com muita coragem. A música e minha arte me salvaram”, afirma.

Para a veterinária Rika Yamane, que também sofreu agressão física, denunciar e falar abertamente sobre o caso foi de grande ajuda. “Depois de ser agredida, recebi muitos relatos de mulheres que já passaram por situações de violência. Muitas não denunciam e sofrem por anos. Voltar a trabalhar e ter a minha rotina só foi possível porque eu desabafei”.

Também estiveram presentes no evento a vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, desembargadora Lenice Bodstein; as deputadas estaduais Mara Lima e Maria Victoria; a presidente do Instituto Humsol, Tânia Gomez, além de diversas comunicadoras e lideranças femininas. 

AE NOTICIAS

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