A morte da menina Heloisa da Cruz da Silva, de 9 anos, que morava na
Cidade Industrial de Curitiba (CIC), tem causado comoção nas redes sociais.
Com sintomas de H1N1, a menina foi atendida emergencialmente por duas
vezes na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da CIC, na semana passada, e
morreu em Aparecida (SP), na tarde desta segunda-feira (11). Postagens
de familiares, amplamente compartilhadas, dizem que a garota faleceu após contrair o vírus da gripe.
Na manhã de hoje, durante o velório de Heloisa, amigos e familiares
prestavam as últimas homenagens em meio à revolta. Lucas Felipe da Silva
era tio de Heloisa e disse à Banda B que nenhum pedido de exame de sangue foi prescrito pelos médicos da UPA.
“Os sintomas começaram na quarta, falaram que era garganta, a médica
deu dipirona e amoxicilina. Na quinta, ela passou mal, levaram ela de
novo de madrugada, outro médico disse que era uma gripe viral, não
fizeram um exame na menina, nada. Deram injeção, os sintomas deram uma
melhorada e ela foi embora”, descreveu.
Segundo a família, as queixas da menina eram – febre alta, dor no
corpo, na cabeça e nariz escorrendo. Quarta e quinta passou o dia em
casa. Já na sexta-feira, a garota frequentou aula normalmente e à noite
se preparou para embarcar com os pais para Aparecida, em São Paulo.
“Eles tinham uma viagem marcada para Aparecida do Norte. Lá, ela passou
mal, piorou, convulsionou, fizeram exames, isolaram a menina e, depois
disso, ela foi só piorando. Quando foram fazer a transferência para um
hospital que tivesse UTI, ela faleceu”, contou o tio à Banda B.
Aluna do Colégio Municipal Dom Bosco, na região, pais e professores
estão em alerta com a possível suspeita de morte por H1N1. A motorista
da van que levava Heloisa para a escola todos os dias disse que nunca
tinha a visto doente ou cabisbaixa. “Eu nunca vi essa menina doente.
Quarta e quinta não foi pra aula, estava de atestado, na sexta ela foi,
senti um pouco melhor, foi na van, ficou na sala com todas as crianças,
mas ela se queixava de muita de dor no corpo”, disse Márcia Cavalero.
Uma postagem de um amigo da família onde ele descreve os últimos dias
da garota, com a foto dela, já tem cerca de 450 compartilhamentos. Nos
comentários, pessoas próximas, afirmam que a menina faleceu de H1N1. Com
isso, a comoção é ainda maior.
A mãe de Heloisa não participou do velório, já que está internada
devido ao nascimento do segundo filho. O enterro da garota está marcado
às 17 horas no Cemitério Municipal Água Verde.
Retorno
A Banda B entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba que enviou a seguinte nota sobre o caso:
A Secretaria Municipal da Saúde está investigando as causas da
morte da estudante Heloísa da Cruz da Silva, 9 anos, moradora de
Curitiba, mas que acabou falecendo no último domingo, em São Paulo. Ela
foi atendida nos dias 6 e 8 de abril em uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) 24 Horas de Curitiba para tratamento de resfriado, mas
sem outros sinais que indicassem maior gravidade, como falta de ar ou
febre alta. Foram receitados medicamentos para alívio dos sintomas e
anti-inflamatório. A Secretaria Municipal da Saúde solicitou aos órgãos
oficiais de São Paulo mais informações sobre o quadro da paciente no
momento do atendimento naquele estado e sobre a evolução do caso e
aguarda as respostas.
Nas escolas municipais e nos Centros Municipais de Educação
Infantil, as crianças e as famílias estão sendo orientadas a reforçar os
cuidados contra a gripe, não apenas nos meses mais frios do ano, mas
como uma rotina constante. Nos ambientes escolares, sejam eles da rede
pública ou particular, a orientação é manter os ambientes ventilados e
intensificar os cuidados de higienização das crianças. A Secretaria
Municipal da Saúde não confirma, até o momento, nenhum surto de gripe em
escolas da cidade.
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