bem paraná
Segundo o Conselho Federal de Medicina, de 2010 a 2015 País perdeu 13 vagas por dia no sistema
De 2010 a 2015, o Paraná perdeu 2.120 leitos hospitalares no Sistema
Único de Saúde (SUS). Isso representa quase 10% do total de leitos
desativados em todo o País no período (23,6 mil), segundo levantamento
divulgado, na terça-feira (17), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O Estado apresentava no ano passado 18.907 leitos SUS, contra 21.027
cinco anos antes. Isso coloca o Paraná como o quinto estado que mais
perda teve no País.
“A insuficiência de leitos para internação ou realização de cirurgias
é um dos fatores para o aumento do tempo de permanência nas
emergências. São doentes que acabam ‘internados’ nas emergências à
espera do devido encaminhamento para um leito adequado, correndo riscos
de contrair infecções”, constata o presidente do CFM, Carlos Vital.
À frente do Paraná, segundo o levantamento do CFM, estão apenas o Rio
de Janeiro (-7.052), Minas Gerais (-3.241 leitos), São Paulo (-2.908) e
Bahia (-2.126). Na outra ponta, apenas oito estados apresentaram
números positivos no cálculo final de leitos SUS ativados e desativados
nos últimos cinco anos: Rio Grande do Sul (806), Mato Grosso (397),
Rondônia (336), Santa Catarina (121), Espírito Santo (115), Amapá (87),
Mato Grosso do Sul (56) e Tocantins (15).
Não SUS
Já quanto aos leitos em hospitais não destinados ao SUS, o Paraná
teve crescimento no período, passando de 8.142 vagas em 2010 para 8.259
em 2015, um discreto aumento de 117 leitos.
No País todo, enquanto os 150 milhões de brasileiros que dependem
exclusivamente do SUS perderam quase 24 mil leitos desde 2010, o
quantitativo na rede suplementar e nas unidades privadas aumentou em 2,2
mil o número de leitos no mesmo período. Ao todo, 17 estados elevaram o
montante na rede “não SUS” até dezembro de 2015. Apenas Rio de Janeiro e
Ceará sofreram decréscimos significativos, da ordem de 1.751 e 1.042
leitos a menos, respectivamente.
Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) não recomendem ou estabeleçam taxas ideais
de leitos por habitante, é possível observar que, em relação a outros
países com sistemas universais de saúde, o Brasil aparece com um dos
piores indicadores.
De acordo com o relatório de Estatísticas de Saúde Mundiais da OMS de
2014, o Brasil possuía 2,3 leitos hospitalares (públicos e privados)
para cada grupo de mil habitantes no período de 2006 a 2012. A taxa é
equivalente à média das Américas, mas inferior à média mundial (2,7) ou
as taxas apuradas, por exemplo, na Argentina (4,7), Espanha (3,1) ou
França (6,4).
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