Cerca de 100 pessoas ficaram feridas na festa de uma família curda no último sábado
- Por Estadão Conteúdo
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse há pouco
que um adolescente com idade entre 12 e 14 anos foi o autor do ataque
suicida a uma festa de casamento de uma família curda no sábado, na
cidade Gaziantep, sul da Turquia. A informação foi divulgada ao vivo em
rede nacional, em frente à prefeitura de Istambul.
Até o momento, autoridades do país dizem que ao menos 51 pessoas
foram mortas e em torno de 100 ficaram feridas no atentado. Os noivos
não correm risco de morte e estão sob cuidados médicos, segundo a
agência estatal de notícias Anadolu. A irmã e o tio do noivo estavam
entre os mortos.
Erdogan atribuiu o ataque ao grupo terrorista Estado Islâmico. A
Turquia tem sido abalada por uma onda de ataques desde o ano passado
reivindicados pelos rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do
Curdistão (PKK) ou pelo Estado Islâmico.
Mais cedo, Erdogan afirmou que não havia “absolutamente nenhuma
diferença” entre o Estado Islâmico, rebeldes curdos ou o movimento
liderado pelo clérigo Fethullah Gulen, que vive nos Estados Unidos (a
quem o governo turco atribui a tentativa de golpe do mês passado),
classificando os três como terroristas. Gulen nega qualquer envolvimento
com a tentativa de golpe.
Mais cedo, um porta-voz do Partido Democrata do Povo (HDP, na sigla
em inglês), que apoia os curdos, condenou o ataque e também culpou o
Estado Islâmico pelo atentado. “Condenamos e amaldiçoamos aqueles que
promoveram este ataque, assim como as forças e a ideologia por trás de
suas ações”, disse o HDP em comunicado. O partido sugeriu ainda que o
ataque teria ocorrido em reação ao planos do HDP de negociar um fim ao
conflito de três décadas entre militantes curdos e forças do governo,
anunciados horas antes do ataque.
Autoridades de todo o mundo condenaram o atentado. A chanceler alemã
Angela Merkel declarou em telegrama de condolências enviado ao governo
turco que a Alemanha continua do lado da Turquia na “luta contra o
terrorismo”. “Uma vez mais, homens, mulheres e crianças inocentes são
vítimas da violência covarde e pérfida. Condeno este ataque nos mais
fortes termos”, declarou a chanceler no documento.
O embaixador dos EUA na Turquia também condenou o “ataque bárbaro” e
prometeu que o país “continuará a trabalhar de forma próxima à Turquia
para derrotar a ameaça comum (aos dois países), o terrorismo”. Os
governos da Suécia, Grécia, França, Catar, Jordânia e Bahrein também
condenaram o ataque.
O papa Francisco fez hoje pela manhã prece silenciosa pelas vítimas
do ataque, acompanhado de centenas de turistas e fiéis presentes na
praça São Pedro, e pediu “a paz para todos”. Fonte: Associated Press.
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