Folhapress
FELIPE MAIA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O WhatsApp atualizou nesta
quinta-feira (25) seus termos de uso do serviço em uma preparação para
os serviços pagos, voltados a empresas, que a companhia deve começar a
testar ainda neste ano. "Você poderá receber as informações do status de
voo das próximas viagens, um recibo de algo que adquiriu ou uma
notificação quando uma encomenda for entregue", detalha, por exemplo, o
novo texto. Esses são alguns dos serviços em estudo pelo aplicativo para
sua versão corporativa, anunciada em janeiro deste ano. A ideia é que
companhias paguem para se relacionar de modo mais efetivo com os
clientes pela plataforma. Matt Steinfeld, diretor de comunicações do
WhatsApp, disse à reportagem que a mudança nos termos de uso era
necessária para o início dos testes do serviço, que vai fazer a
companhia voltar a gerar receita -neste ano, o WhatsApp parou de cobrar a
taxa de US$ 1 anual dos usuários. "Temos trabalhado nisso nos últimos
meses, mas ainda é cedo para anunciar algo sobre como vai funcionar",
afirma o executivo. A companhia também mudou os termos para deixar claro
que hoje faz parte do Facebook e que compartilha alguns dados sobre
seus usuários com a rede social. O WhatsApp foi comprado em 2014 pela
empresa de Mark Zuckerberg, e a última atualização do texto havia sido
em 2012. A partir de agora, o Facebook pode, por exemplo, começar a
fazer sugestões de amizade ao usuário com base nos contatos que ele
mantém no app de mensagens (para isso, é preciso que ele tenha
cadastrado seu número de celular na rede social). Steinfeld nega que os
dados de atividade da pessoa -por exemplo, se ela interage com
determinadas empresas no mensageiro- serão usados para exibir anúncios
no Facebook. Os termos de uso, entretanto, diz que "você poderá escolher
em não ter os dados da sua conta do WhatsApp compartilhados com o
Facebook a fim de melhorar suas experiências com anúncios e produtos no
Facebook". O monitoramento de hábitos do usuário, o que permite oferecer
anúncios mais personalizados, é um dos principais fatores para o
sucesso comercial do Facebook, que faturou US$ 6,24 billhões com
publicidade no segundo trimestre, um aumento de 63% em relação a 2015. O
novo texto diz que o WhatsApp vai continuar sem exibir banners com
anúncios para as pessoas. CRIPTOGRAFIA Outra mudança nos termos do
serviço diz respeito à criptografia e a quais dados sobre os usuários o
aplicativo diz ter acesso -tema controverso e que já levou o aplicativo a
ser bloqueado no Brasil três vezes, pelo fato de a empresa não liberar
informações para investigações judiciais. Os trechos explicam que o
aplicativo usa criptografia "ponta-a-ponta" nas mensagens. Com isso,
apenas as pessoas na conversa podem ler as mensagens. O sistema, que
terminou de ser implantado em abril, provoca polêmica por impossibilitar
que policiais e promotores monitorem conversas de investigados por
crimes, por exemplo. Steinfeld afirma que o objetivo principal de
esclarecer o tema nos termos de uso é informar os usuários sobre o
assunto, mas ele reconhece que também serve de recado a autoridades.
"Temos tido um trabalho de explicar para elas como funciona o sistema",
diz o executivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário