Segundo sindicato, média teria subido para três ocorrências por dia em 2016
Rodolfo Luis Kowalski /bem paraná
A insegurança está virando rotina para os trabalhadores dos Correios
do Paraná. Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores nos
Correios do Paraná (Sintcom ), em 2015 foram registradas cerca de 200
assaltos contra agências no Estado, o que dá uma média de
aproximadamente três ocorrências a cada cinco dias. Neste ano, no
entanto, a situação teria se agravado, com o número de assaltos saltando
600%, com três registros diários, em média.
Segundo Alexandre Basílio, diretor do Sintcom, a situação começou a
se agravar a partir de março de 2014, quando os Correios e o Banco do
Brasil fecharam um acordo que possibilitou aos franqueados se tornarem
correspondentes bancários do BB por meio da iniciativa Banco Postal, que
tem como objetivo levar serviços à população desprovida de atendimento
bancário e proporcionar acesso ao Sistema Financeiro.
“Depois deste acordo as ocorrências começaram a aumentar, já que as
agências viraram correspondente bancário, com fluxo grande de dinheiro.
Mas como o seguro cobre as perdas, eles não se importam e deixam o
trabalhador em risco”, critica Basílio.
De acordo com o sindicalista, o problema já está “impregnado” no
Paraná, sendo que são poucas as unidades que conseguem se salvar,
enquanto outras chegam a acumular até cinco assaltos em um único ano,
relata.
Em Curitiba, por exemplo, os pontos mais visados são as agências da
região norte da cidade, destacadamente as dos bairros Mercês, Santa
Felicidade e Bacacheri. Já na região metropolitana, os principais alvos
são as agências de Balsa Nova, Agudos do Sul, Campo Magro e Borda do
Campo, em São Jos dos Pinhais. Esta, inclusive, já foi assaltada cinco
vezes no ano passado e no fim de semana passado pela primeira vez em
2016.
“Queremos que coloquem segurança nas agências. Estamos tentando falar
com a Câmara dos Vereadores, a população”, afirma Basílio. “A desculpa
da empresa com relação a essa situação é a violência urbana. Com isso,
vão jogando para a sociedade um problema que dos Correios. Você tem de
prevenir os assaltos, não pode deixar acontecer. A coisa está
escancarada e os Correios se recusam a sentar com a gente e negociar
algo”, reclama o sindicalista.
Procurada, a assessoria de comunicação dos Correios informou, por
meio de nota, que não divulga detalhes ou mesmo números sobre assaltos
por questões de segurança. Ressaltou, no entanto, que foram
intensificadas as parcerias com a Polícia Federal e com o comando da
Polícia Militar, destacando ainda que “todas as agências dos Correios
possuem cofres e sistemas de alarme e de imagens” e que “monitora o grau
de risco em todas as suas unidades para determinar os locais que
precisam de reforço na segurança, com recursos como portas giratórias e
vigilantes”.
No começo da semana, o sindicato realizou um protesto durante a
reinauguração do prédio histórico dos Correios no Centro de Curitiba.
Entre as reivindicações, mais segurança.
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