Solicitação tem por objetivo suspender o andamento de todos os processos e de decisões judiciais até um pronunciamento final da Corte
Cerimônia de posse de Lula na Casa Civil ocorreu na quinta-feira
Foto:
EVARISTO SA / AFP
Estadão Conteúdo
Com receio de uma nova investida do juiz federal Sergio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pediu novamente, na
tarde deste domingo, ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal
Federal (STF), que conceda uma liminar para garantir a nomeação do líder
petista para cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
A
solicitação, semelhante à apresentada por Cardozo no sábado, tem por
objetivo suspender o andamento de todos os processos e de decisões
judiciais até um pronunciamento final da Corte. Uma das preocupações do
governo é de que, sem a liminar, Lula poderá ser alvo de uma ação do
juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato na primeira instância.
Na
sexta-feira, à noite, o ministro do STF, Gilmar Mendes, concedeu uma
liminar a mandados de segurança apresentado por dois partidos de
oposição, PSDB e PPS, que alegavam que Lula havia tomado posse para
ganhar foro privilegiado e ser julgado pelo Supremo.No pedido deste
domingo, a AGU pede urgência numa decisão de Zavascki, relator de duas
arguições de preceito de descumprimento fundamental (ADPF) movidas pelo
PSDB e PSB.
Ele aponta que as ADPFs são as ações que vão permitir a
"solução geral da controvérsia".Ele citou até um precedente do próprio
Gilmar Mendes do início de março em que considerava esse tipo de ação,
dada sua "amplitude constitucional", como possível para dirimir as
dúvidas.
"Ante o exposto, a fim de se evitar decisões
contraditórias acerca tema tão relevante, primando-se pela segurança
jurídica e defesa da ordem jurídico objetiva, a Advocacia-Geral da União
pugna pela excepcional concessão de medida cautelar, suspendendo-se o
andamento de todos os processos e de decisões judiciais que apresentem
relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito
fundamental, até seu julgamento final pelo douto colegiado", argumenta
Cardozo, na petição de seis páginas.
O pedido é para que Teori
Zavascki possa se manifestar independentemente de uma posição do
plenário do Supremo. A Corte só vai se reunir em plenário no dia 30 e o
receio é que o ex-presidente, em meio à batalha do impeachment,
possa ser alvo de Moro.Cardozo argumenta ainda que há um risco de
"acefalia" da Casa Civil, a quem compete por lei assistir direta e
imediatamente ao presidente e coordenar as ações do governo, em um
momento de "notória instabilidade política e turbulência institucional".
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