Município ganhou novos radares e foi o "campeão" do aumento de irregularidades
No Paraná os motoristas cometeram 1.542.530 infrações de
trânsito no primeiro semestre de 2016. O número é 17% maior que o
registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 1,3 milhão de
multas. O excesso de velocidade continua sendo o principal motivo das
autuações, somando 444 mil multas nos três tipos de infrações previstos
pela legislação de trânsito: até 20% da velocidade permitida, entre 20% e
50% e acima de 50% do indicado para a via.
“Entre os fatores que contribuem para o aumento do registro das
infrações estão a distração constante do condutor, a fiscalização mais
intensa e uma rede maior de radares eletrônicos. Mas, vale lembrar, só
leva multa quem estiver desrespeitando a Lei. Quem respeita, não é
multado. Então, a melhor forma para não ser pego no radar é não
ultrapassar a velocidade, não furar o sinal, nem parar sobre a faixa de
pedestre”, destaca o diretor-geral do Departamento de Trânsito do
Estado, Marcos Traad.
“Infelizmente, o pagamento de multas e os pontos na CNH foram as
formas encontradas pelos legisladores para coibir atitudes reprováveis
ao volante. O poder público investe em educação. Mas, muita gente não dá
valor a estas mensagens. O rigor na Lei se tornou essencial para
reforçar aquilo que já devíamos adotar naturalmente: como não beber e
dirigir, usar cinto de segurança, capacete, entre tantos outros”, diz
Traad.
AS MAIS COMETIDAS – A infração mais cometida pelos motoristas é
dirigir em até 20% acima do limite permitido. De janeiro a junho, foram
436.613 autuações por este motivo, o equivalente a 28% do total de
infrações.
Em seguida, aparecem: estacionar em desacordo com a regulação, no
estacionamento rotativo, com 121.205 multas; avanço do sinal vermelho
(82.191); velocidade entre 20% e 50% do permitido (74.447); falta do uso
do cinto de segurança (66.774); dirigir falando ao celular (60.693); e
falta de registro de veículo após o prazo de 30 dias da venda (59.890).
Fecham o ranking das 10 infrações mais comuns aquelas relacionadas a
estacionamento: estacionar em local ou horário proibido (44.184 autos),
estacionar em desacordo com a sinalização (32.771) e estacionar na
calçada (31.029).
GRAVIDADE – De acordo com o Detran, as infrações mais frequentes são
aquelas consideradas médias, como dirigir até 20% acima da velocidade
máxima permitida, usar o celular ao volante e estacionar em local
proibido, por exemplo. Para a coordenadora de infrações do Detran, Marli
Batagini, o baixo valor das multas e a ideia errada de que elas não
oferecem grandes perigos contribuem para que elas sejam as mais
cometidas.
“No trânsito as infrações não causam apenas prejuízos financeiros,
mas também colocam em risco a vida do indivíduo e da coletividade.
Muitas vezes o que é visto como um ato simples, por ser uma infração
média, pode levar a colisões graves, fazer vítimas e colocar a vida de
outras pessoas em risco”, alerta ela.
Hoje, quem comete uma infração dessa natureza paga multa de R$ 85,13 e
recebe quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A
partir de novembro, com a Lei Federal 13.281, a multa passará para R$
130,16.
MUNICÍPIOS – Curitiba registrou 619.432 infrações nos primeiros seis
meses deste ano. Aumento de 31% na comparação com 2015, quando foram
472.758 autuações.
Londrina, que instalou novos radares neste ano, teve a maior alta
para o período: 73%. Passou de 58.150 infrações no ano passado para
100.474 em 2016.
Foz do Iguaçu e Ponta Grossa também tiveram aumento no número de
infrações, 26% e 29%. A cidade do Oeste do Estado registrou 60.414
multas em 2015 e 76.012 em 2016. No munícipio dos Campos Gerais, o
número era de 36.921 e chegou a 47.597.
Maringá e Cascavel continuam no ranking, mas registraram queda nas
infrações. A primeira, de apenas 0,39%, passando de 159.519 autuações
entre janeiro e junho de 2015, para 158.903 nos mesmos meses de 2016. Já
a segunda teve queda de 24%: foram 67.589 multas no primeiro semestre
do ano passado e 50.940 neste ano.
De todas as infrações registradas no Paraná, 69% são de competência
dos órgãos municipais de trânsito, principalmente devido ao uso de
fiscalização eletrônica, que permite maior capilaridade e precisão. Os
órgãos estaduais, como o Detran e a Policia Rodoviária Estadual, por
exemplo, respondem por 13% das autuações emitidas.
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