Rogério Micale acredita que torcedor e seleção brasileira fizeram as pazes na Rio 2016
Mais de 60 mil vozes desceram as rampas do Maracanã festejando o inédito ouro na história dos Jogos Olímpicos
Yves Herman / Reuters
Os Jogos Olímpicos em casa fizeram os brasileiros refletir a paixão pelo
futebol. A pluralidade de esportes ao vivo e em cores talvez tenha
confundido o torcedor. Isso tudo até o último sábado (20), no Maracanã. O
inédito ouro olímpico confirmou que o Brasil ainda é o país do futebol.
A decepção com a organização da Copa 2014, o fatídico 7 a 1 na
semifinal, as incontáveis denúncias de corrupção na CBF (Confederação
Brasileira de Futebol) e até o maçante Campeonato Brasileiro de toda
quarta-feira e domingo fizeram com que torcedores parassem de seguir a
rotina do clube. O amor à camisa foi inabalado, mas falta um real motivo
para torcer, principalmente, se o time do coração não está na ponta da
tabela.
Daí veio a Copa América Centenário e a humilhante eliminação ainda na
primeira fase. Pronto. Seleção brasileira e torcida estavam
verdadeiramente rompidos. No entanto, tinha que ser justamente nos Jogos
Olímpicos a retomada. As mais de 60 mil vozes reinventaram clássicos da
música popular brasileira como “Vou festejar” e “Fio Maravilha” para
incentivar a seleção brasileira no Maracanã. Ao final, todos desceram as
rampas do Maior do Mundo ao som de “O campeão voltou”.
Tido como o patinho feio para assumir a seleção olímpica depois da
demissão de Dunga, Rogério Micale chegou de mansinho para a Rio 2016. O
próprio técnico reconhece a oportunidade rara que lhe foi dada e
felicitou o apoio da torcida brasileira.
“Espero que o ouro seja uma mudança de pensamento. É uma conquista que
almejávamos há muito tempo, havia um anseio por essa medalha de ouro. É o
desporto número um do país. É uma fase que passou e para o futuro
teremos uma tranquilidade maior para lidar com essa situação”, disse
Micale, em entrevista coletiva.
Enquanto o futebol perdia espaço, até mesmo o MMA chegou a flertar com a
dita primeira posição no coração brasileiro. A decepção do basquete
masculino, do vôlei feminino, do handebol feminino e da natação em
terras cariocas deixaram o torcedor claramente desconfiando.
Consciente de seu papel dentro da seleção brasileira olímpica e
principal, Renato Augusto não entrou em oba oba e foi o primeiro a dizer
que o ouro olímpico em nada mudaria o 7 a 1. O jogador tomou conta do
meio-campo durante toda a competição e também celebrou a conquista
dourada.
“O 7 a 1 é uma cicatriz que vai ficar e não tem como apagar. Aos poucos
temos que mudar isso. Saio com orgulho de ser brasileiro, de ver o
torcedor feliz. Espero que possa ser uma virada de chave”, disse Renato
Augusto.
O Brasil conquistou até aqui 18 medalhas, em 11 modalidades (atletismo, boxe, canoagem, futebol, ginástica artística, judô, natação, taekwondo, tiro esportivo, vela e vôlei de praia). A seleção brasileira masculina de vôlei enfrenta a italiana neste domingo, às 13 horas, no Maracanãzinho, em busca de mais uma medalha de ouro.
O Brasil conquistou até aqui 18 medalhas, em 11 modalidades (atletismo, boxe, canoagem, futebol, ginástica artística, judô, natação, taekwondo, tiro esportivo, vela e vôlei de praia). A seleção brasileira masculina de vôlei enfrenta a italiana neste domingo, às 13 horas, no Maracanãzinho, em busca de mais uma medalha de ouro.
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