Maioria das emendas apresentadas ao texto original do ajuste fiscal foi rejeitada pelo plenário
Redação Bem Paraná
A Assembleia Legislativa aprovou nesta segunda-feira
(19), em segundo turno, o novo pacote de ajuste fiscal do governo Beto
Richa (PSDB). A proposta, que prevê a criação de taxas sobre a
exploração de recursos hídricos (água) e minerais e a permissão para a
venda de imóveis e ações da Copel e da Sanepar, foi aprovada sem grandes
alterações. Das mais de 150 emendas apresentadas pelos deputados ao
texto original, apenas oito foram aprovadas.
Com as novas taxas, o governo espera arrecadar R$ 100
milhões a mais ao ano. Já com a venda das ações das estatais, o
Executivo estima que poderá garantir até R$ 2 bilhões. O governo alega
que as medidas são necessárias para garantir recursos para
investimentos, diante da queda de arrecadação do Estado provocada pela
crise econômica nacional.
O pacote foi encaminhado ao Legislativo em 15 de
agosto, com pedido de votação em regime de urgência. A pressa foi
justificada sob a alegação de que como envolve alteração na legislação
tributária, as medidas precisariam ser aprovadas até o próximo dia 30,
para poderem entrar em vigor já em janeiro de 2017.
As propostas provocaram reações contrárias de
entidades do setor produtivo, que temiam aumento da carga tributária.
Após reunião de representantes dessas entidades com o governador Beto
Richa (PSDB), o Executivo concordou em alterar o texto para deixar claro
que a cobrança de taxa sobre a exploração da água seria aplicado apenas
sobre a venda de energia elétrica excedente exportada para outros
estados.
Parlamentares da base governista e de oposição também
criticaram o fato do governo ter apresentado o pacote em um projeto
único com 15 temas diferentes e mais de 150 artigos. Diante disso, o
governo concordou em dividir a proposta em seis projetos diferentes,
para facilitar a discussão.
A oposição apresentou emendas para tentar barrar a
criação das novas taxas e a permissão para a venda de imóveis e ações
das estatais sem autorização prévia do Legislativo. O bloco
oposicionista alegou risco de privatização das empresas. Os deputados
alegaram ainda que não seria adequado vender ações de estatais em um
momento de crise, com as ações em baixa.
O governo rebateu alegando que o projeto deixa claro
que o Estado manterá o controle das companhias, e só ações excedentes
serão vendidas. Além disso, o texto também estabelece que as ações da
Copel e da Sanepar não poderão ser vendidas por um preço abaixo do valor
patrimonial.
“Não há nenhuma possibilidade de fragilizarmos nossas
empresas públicas que são as melhores do País”, disse o líder da
bancada governista, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB). Segundo ele, é
provável, inclusive, que o governo não consiga vender essas ações tão
cedo, já que o valor de mercado delas nas bolsas de valores está abaixo
do valor patrimonial. “A venda não pode ser inferior ao valor
patrimonial, que hoje é o dobro do preço de mercado. Creio que o governo
não conseguirá vender”, previu.
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