Inversão de taxação de combustível pode deixar gasolina mais barata, sem aumentar a inflação
 
    - Por Estadão Conteúdo
O diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar 
(Unica), Antonio Pádua Rodrigues, defendeu neste sábado, 24, que o 
governo reduza o preço da gasolina nas distribuidoras e que a diferença 
seja substituída pelo aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio 
Econômico (Cide), com a manutenção nos preços do combustível do petróleo
 nas bombas. Segundo ele, com a operação inversa à feita no passado, o 
governo aumentaria a arrecadação, não geraria a inflação e ainda 
sinalizaria com a “tributação ambiental” da gasolina via Cide.
Para ele, essa operação só é possível hoje por conta, além da queda 
do preço do petróleo, da priorização pela Petrobras do mercado de 
exploração de petróleo e a redução da participação da estatal na 
comercialização de combustíveis. “A partir do momento em que Petrobras 
decidir que não vai mais importar gasolina e que isso vai ser feito 
pelas distribuidoras, o preço cai. O que falta agora? Aproveitar a 
oportunidade de colocar imposto ambiental, dar o diferencial tributário 
sem impactar inflação com o aumento da arrecadação”, afirmou.
Pádua também afirmou que os preço do etanol hidratado não tem muito 
espaço para subir nas usinas e deve haver uma estabilização a partir de 
outubro. Segundo ele, a expectativa natural é que a alta nos preços do 
hidratado nas bombas seja limitado pela paridade com a gasolina e, 
consequentemente, a demanda pelo combustível renovável seja freada. “Não
 tem muito espaço para aumentar preço. Se aumentar, perde a paridade, 
cai a demanda e a oferta se ajusta”, disse Pádua, durante o 5º Fórum 
Nacional de Agronegócios do Lide, em Campinas (SP).
O preço do etanol hidratado nas usinas sobe há quatro semanas, 
segundo dados Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada 
(Cepea/Esalq/USP) e, no período, o litro comercializados pelas usinas 
saiu de R$ 1,5473, em média, para R$ 1,6910, alta de 9,3% no período. Em
 relação a igual período do ano passado, quando o litro era vendido por 
R$ 1,1683, em média, os preços de atuais de comercialização do hidratado
 são 44,7% maiores nas usinas.
Segundo Pádua, além da produção menor do hidratado, essa diferença de
 preços ocorre pela mudança no cenário do setor sucroenergético 
decorrente da valorização do açúcar no mercado internacional. “Quando se
 combina empresas realizando caixa com exportação do açúcar e um patamar
 de preços melhores, a necessidade de gerar caixa diminui. Isso com que a
 venda do etanol seja em um patamar de preços também melhor”, disse 
Pádua.
 
 
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