A Polícia Federal (PF) está nas ruas para cumprir
mandados judiciais na 35ª fase da Operação Lava Jato. Chamada de
Operação Omertá, um dos alvos é o ex-ministro da Fazenda Antônio
Palocci, que foi preso temporariamente esta manhã em São Paulo.
Os policiais cumprem ainda mais dois mandados de prisão temporária,
27 de busca e apreensão e 15 de condução coercitiva, quando a pessoa é
levada para a delegacia a fim de prestar esclarecimentos e depois é
liberada.
A suspeita é de que Palocci teria ligação com o comando da
empreiteira Odebrecht, uma das principais do país. A operação investiga
se o ex-ministro e outros envolvidos receberam dinheiro para beneficiar a
empreiteira em contratos com o governo.
Segundo a PF, as negociações envolviam a Medida Provisória 460, de
2009, que tratava de crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), além do aumento da linha de crédito da Odebrecht
no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um país
africano, além de interferência em licitação da Petrobras para a
aquisição de 21 navios-sonda para exploração da camada pré-sal.
De acordo com a Polícia Federal, “o nome ‘Omertá’ dado à investigação
policial é uma referência à origem italiana do codinome que a
construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase
(‘italiano’), bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo
Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do ‘setor de operações
estruturadas’ permitiu o aprofundamento das investigações. Além disso,
remete à postura atual do comando da empresa, que se mostra relutante em
assumir e descrever os crimes
praticados”.
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