quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Líderes repudiam anistia para o crime de caixa dois em campanhas eleitorais


Deputados reforçaram apoio à intenção do presidente da Câmara de analisar o tema no âmbito da comissão especial que trata das medidas de combate à corrupção.
Líderes repudiam anistia para o crime de caixa 2 em campanhas eleitorais e reforçam apoio à intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de analisar o tema no âmbito da comissão especial que trata das medidas de combate à corrupção. A polêmica começou na noite de segunda-feira, quando surgiu, em uma sessão extraordinária do Plenário da Câmara, um projeto de lei de 2007 (PL 1210/07) com mudanças na legislação eleitoral. Rede e PSOL logo denunciaram uma possível articulação para alterar o texto, abrindo espaço para que se anistiassem os políticos que receberam doações não declaradas para a Justiça Eleitoral, um dos delitos investigados na Operação Lava-Jato. Logo em seguida, deputados de outros partidos, como PDT, PPS e PSD, também criticaram a proposta. A sessão do Plenário chegou a ser interrompida e depois encerrada, sem votação da matéria. Em entrevista à Globo News, nesta terça, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que ocupa interinamente a presidência da República, garantiu que o tema será analisado na comissão especial anticorrupção, que já trata da criminalização do caixa 2. O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur, do PRB paulista e que presidia a polêmica sessão do Plenário, explicou, nesta terça, que não conhecia o conteúdo do texto a ser votado.
"Essa proposta foi apresentada porque houve consenso entre o presidente da Câmara e os líderes. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, concordou com a apresentação dessa proposta, desde que seguisse aquilo que foi apresentado pela sociedade brasileira e que está incluso nas propostas (anticorrupção) que estão sendo discutidas na comissão. Eu liguei para ele e conversamos sobre isso (nesta terça). Não tem nenhum problema de a gente apresentar uma proposta, discutir e emendar na Câmara. O que gerou polêmica ontem foi a forma de ser apresentada a proposta, tanto que eu retirei da pauta sentindo que os liderados estavam reclamando: não só os partidos menores, mas os liderados dos grandes partidos".
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno, ainda se surpreendia, nesta terça, com o desconhecimento em torno do texto e da articulação para aprová-lo.
"Surpreendidos, nós fomos para o enfrentamento exatamente para mostrar o nosso descontentamento e a nossa indignação com relação a essa possível votação, que não ocorreu. Até agora, ninguém apareceu para dizer que participou de articulação, que participou de reunião, que ajudou a fazer o texto. O texto não apareceu. Então foi uma lambança, uma série de malfeitos. Imagine anistiar crimes cometidos em relação à caixa 2. Nós queremos criminalizar sim, mas, de acordo com a proposta apresentada pelo Ministério Público Eleitoral".
O líder do PMDB, deputado Baleia Rossi, negou envolvimento da cúpula do partido em torno da proposta e disse não ver possibilidade de aprovação da anistia para caixa 2.
"O melhor resultado foi a retirada da pauta, já que não houve uma discussão anterior e nem o conhecimento do texto nós tivemos. Esse assunto é extremamente importante e acho que, na comissão das 10 medidas contra a corrupção, ele precisa ser aprofundado. Eu acredito que não é razoável e não é possível uma anistia nessas questões que são profundamente importantes e caras para a população brasileira".
As medidas em análise na comissão especial anticorrupção foram apresentadas pelo Ministério Público, com o apoio da sociedade civil.
Reportagem — José Carlos Oliveira
 
radio camara 

Nenhum comentário:

Postar um comentário