sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Presidente do PMDB assina ação contra benefício concedido a Dilma


Folhapress
DANIELA LIMA E MARIANA HAUBERT BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O mandado de segurança que o PSDB vai apresentar nesta sexta (2) ao STF (Supremo Tribunal Federal) questionando a legitimidade da votação que beneficiou a ex-presidente Dilma Rousseff e evitou que ela fosse declarada "inabilitada para funções públicas" contará com o suporte de outras três legendas: o DEM, o PPS e, agora, o PMDB.
A decisão de endossar o mandado dos tucanos foi tomada pelo presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele frisou que a atitude é "partidária" e não "de governo". O PMDB é o partido do agora presidente Michel Temer. O senador afirmou, por meio de sua assessoria, que inicialmente não assinaria qualquer ação questionando o resultado da sessão, mas mudou de ideia após falar com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Na conversa, Aécio disse que sua intenção era mover uma ação patrocinada por diversos partidos e perguntou se o PMDB estava disposto a tomar posição na causa. Jucá disse que sim.
A entrada dos peemedebistas na ação é um gesto aos integrantes da base do governo Temer que ficaram irritados com a articulação promovida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o PT. Foi um acordo fechado entre esses dois agentes que possibilitou que o plenário fizesse duas votações separadas para analisar as penas que poderiam ser impostas a Dilma. A primeira, sobre a cassação do mandato da petista –o que ocorreu. A segunda, sobre seu impedimento para ocupar funções públicas pelos próximos anos. Nesse caso, os senadores que votaram pelo impeachment não atingiram o número mínimo de votos para aprovar a pena (54), e, com 42 votos a favor e 36 contra, Dilma escapou da penalidade.
Inicialmente, a sigla havia desistido de questionar o caso na Justiça, mas, segundo o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do governo no Senado, mudou de ideia para deixar "claro que não compactuamos com a barbaridade que foi feita". A participação de Renan no episódio levou tucanos e integrantes do DEM a afirmarem que tinham sido "traídos" pelo presidente do Senado. Nesta quinta (1º), o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que conversará com Renan assim que ele voltar de viagem a China com o presidente Temer. "Não se faz política com bola nas costas", afirmou.

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