Folhapress
DANIELA LIMA E MARIANA HAUBERT BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O mandado
de segurança que o PSDB vai apresentar nesta sexta (2) ao STF (Supremo
Tribunal Federal) questionando a legitimidade da votação que beneficiou a
ex-presidente Dilma Rousseff e evitou que ela fosse declarada
"inabilitada para funções públicas" contará com o suporte de outras três
legendas: o DEM, o PPS e, agora, o PMDB.
A decisão de endossar o mandado dos tucanos foi tomada pelo
presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele frisou que a
atitude é "partidária" e não "de governo". O PMDB é o partido do agora
presidente Michel Temer. O senador afirmou, por meio de sua assessoria,
que inicialmente não assinaria qualquer ação questionando o resultado da
sessão, mas mudou de ideia após falar com o presidente nacional do
PSDB, senador Aécio Neves (MG). Na conversa, Aécio disse que sua
intenção era mover uma ação patrocinada por diversos partidos e
perguntou se o PMDB estava disposto a tomar posição na causa. Jucá disse
que sim.
A entrada dos peemedebistas na ação é um gesto aos integrantes da
base do governo Temer que ficaram irritados com a articulação promovida
pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o PT. Foi um
acordo fechado entre esses dois agentes que possibilitou que o plenário
fizesse duas votações separadas para analisar as penas que poderiam ser
impostas a Dilma. A primeira, sobre a cassação do mandato da petista –o
que ocorreu. A segunda, sobre seu impedimento para ocupar funções
públicas pelos próximos anos. Nesse caso, os senadores que votaram pelo
impeachment não atingiram o número mínimo de votos para aprovar a pena
(54), e, com 42 votos a favor e 36 contra, Dilma escapou da penalidade.
Inicialmente, a sigla havia desistido de questionar o caso na
Justiça, mas, segundo o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do
governo no Senado, mudou de ideia para deixar "claro que não
compactuamos com a barbaridade que foi feita". A participação de Renan
no episódio levou tucanos e integrantes do DEM a afirmarem que tinham
sido "traídos" pelo presidente do Senado. Nesta quinta (1º), o líder do
PSDB, Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que conversará com Renan assim que
ele voltar de viagem a China com o presidente Temer. "Não se faz
política com bola nas costas", afirmou.
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