São muitas as estratégias de professores e
escolas na tentativa de impedir que alunos colem ou trapassem nas
provas. Mas uma tática adotada pelo Iraque tem causado polêmica.
Ali, a internet foi bloqueada no último
sábado, domingo e segunda-feira por três horas, das 5h às 8h, horário em
que os jovens de 12 e 13 anos da sexta série do ensino fundamental
teriam de fazer uma prova para passar ao ensino médio.
De acordo com informações da DYN
Research, empresa que monitora a internet no mundo todo, o Iraque
bloqueou por três horas o acesso à rede nesses dias - e o objetivo disso
seria impedir que os alunos pudessem colar ou ter acesso à prova com
antecedência.
"Essa prática tem sido adotada no Iraque
nos últimos dois ou três anos", disse o correspondente em Bagdá do
serviço árabe da BBC, Ahmed Maher.
"O problema é que os exames são impressos
nesta hora e enviados às escolas. Nos anos passados, alguns empregados
tiraram fotos das provas e as colocaram na internet na primeira hora do
dia do exame", explicou.
Os estudantes não usam computadores para
fazer o exame, nem há wi-fi nas escolas estatais. Mas o acesso prévio às
fotos da prova permitia aos alunos colar no exame.
Polêmica
De acordo com o correspondente da BBC, a medida, que foi tomada como precaução, é "bem vista por muitas famílias".
No entanto, alguns grupos de direitos humanos manifestaram preocupação.
"Devido à situação de segurança no Iraque, é uma medida extrema", disse à revista The Atlantic Deji
Olukotun, porta-voz da ONG Access Now, que milita pelos direitos
individuais na internet. "Vemos isso como uma atitude realmente
desproporcional."
Assim como no ano passado, a organização
emitiu uma nota pedindo ao governo que busque "métodos alternativos para
administrar a questão dos exames, de forma a não prejudicar o direito
de todos os iraquianos de procurar, receber e distribuir informação."
"Acreditamos que a decisão de bloquear a
internet, seja por razões de segurança ou pelos exames dos alunos,
impacta negativamente nos direitos humanos da região."
A BBC procurou um porta-voz do Ministério
da Educação, que confirmou que o bloqueio da internet foi realmente
adotado, mas se recusou a comentar os motivos.
Fonte: BBC Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário